PCC recebia armas do Paquistão como pagamento por drogas pela máfia italiana, aponta investigação
Apuração internacional resultou numa operação, em dez países, que mandou 132 suspeitos do grupo criminoso para a cadeia
São Paulo|Márcio Neves, repórter investigativo da Record TV
Uma investigação internacional coordenada pela Europol descobriu que a Ndrangheta, máfia italiana da região da Calábria, usava armas utilizadas por grupos terroristas do Paquistão como moeda de troca para pagamentos ao PCC (Primeiro Comando da Capital) pelo envio de drogas para a Europa — assista ao vídeo e veja a polícia italiana em ação.
A investigação resultou numa operação realizada em dez países ao longo dos últimos dias e na prisão de 132 integrantes da máfia italiana.
Segundo a Europol, a Ndrangheta montou uma rede de negócios com a organização criminosa colombiana Clã do Golfo para a compra de drogas em parceria com um grupo criminoso albanês que operava no Equador.
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As drogas compradas eram enviadas à Europa e à Austrália, e os pagamentos eram feitos por operações de dólar-cabo — a negociação da moeda americana no mercado paralelo para depósito ilegal em instituição no exterior.
Parte das drogas era encaminhada, pelo Brasil, por esquemas em portos e aeroportos operados pelo PCC, onde parte do pagamento era feita com o envio de armas que circulavam no Paquistão.
O grupo também mantinha com a organização criminosa paulista uma rede de lavagem de dinheiro, com a compra de imóveis, restaurantes, hotéis e supermercados.