Pela 12° vez, muro de vidro da USP amanhece quebrado em SP

Primeira fase do projeto foi entregue no dia 4 de abril. Segundo Prefeitura de SP, objetivo é revitalizar a marginal Pinheiros e integrar cidade universitária

São Paulo|Plínio Aguiar, do R7

24/09/2018 - 08h40 (Atualizado em 22/02/2024 - 06h12)

Pela 12° vez, o painel do muro de vidro da Raia Olímpica da USP (Universidade de São Paulo), na zona oeste da capital paulista, amanheceu quebrado na manhã desta segunda-feira (24).

A Prefeitura paulistana informou que a depredação ocorreu na sexta-feira (21), mas o reparo deve ser realizado nesta segunda-feira.

A primeira fase do projeto foi entregue pela Prefeitura paulistana no dia 4 de abril. De acordo com a pasta, o objetivo é revitalizar a região da marginal Pinheiros e integrar a cidade universitária.

A Polícia Civil prossegue com as investigações sobre os casos registrados anteriormente.

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Casos Anteriores

Na primeira ocorrência de quebra de parte do painel de vidro, em 18 de abril, um vigilante da universidade relatou aos policiais que avistou um homem nas proximidades do local atingido e que ele havia dito que procurava por uma bolsa de uma mulher antes de fugir da região.

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Dois dias depois, no dia 20 de abril, mais três painéis de vidro foram depredados. No dia 24 do mesmo mês, após mais um ataque, a Prefeitura disse que "repudia os atos de vandalismo" e firmou convênio com a USP e a Guarda Civil Metropolitana para garantir o patrulhamento do entorno.

No dia 28 de abril, um homem foi preso por furtar coluna de alumínio após quebrar um dos painéis de vidro. O caso anterior ao desta terça havia ocorrido em junho. A quarta depredação ocorreu no dia 7 de junho, seguida da quinta (dia 17) e sexta (dia 23).

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A sétima vez que um painel foi quebrado foi em 11 de junho. Na ocasião, uma testemunha relatou aos agentes que um ocupante de um caminhão que trafegava pela marginal lançou um objeto contra o muro de vidro. Na oitava, seguranças notaram o vandalismo na sexta-feira, 13 de julho.

O vidro da USP amanheceu quebrado pela nona vez no dia 29 de julho. Na ocasião, agentes registraram boletim de ocorrência no 91° DP (Ceasa) como dando ao patrimônio. O décimo caso ocorreu no dia 2 de agosto. Na ocosião, os agentes da GCM não souberam informar o que teria motivado a quebra. A décima primeira aconteceu no dia 14 de agosto.

Projeto

Orçado em R$ 20 milhões, o projeto é assinado pelo escritório de arquitetura Jóia Bergamo e está sendo custeado por mais de 40 empresas, não onerando financeiramente a universidade nem a Prefeitura. "Foram oito meses de trabalho para chegar a este resultado desde o planejamento ao início da execução. É uma obra inusitada. É a maior extensão em linha reta de vidro da América Latina", disse João Doria (PSDB), na época então prefeito de São Paulo.

Cada painel tem 1,80m de largura e 3,15 metros de altura. Os vidros são temperados com 12 milímetros de espessura e película de proteção. As placas de vidro também receberam adesivos com imagens para evitar a colisão das aves que voam na região. No total, serão usados 12.680 m² de vidro jumbo (221.000 kg).

Mistério: estilhaços de vidro do muro construído entre a Universidade de São Paulo e a Marginal Pinheiros

Estrutura de alumínio que sustenta o muro de vidro da USP. Foram colocados adesivos com o desenho de pássaros para evitar colisão

Após a terceira placa de vidro ser quebrada no intervalo de uma semana, uma série de hipóteses começou a ser levantada

Os estilhaços de vidro podem ser vidros ao longo de diversos trechos da extensão do muro que separa a USP e a Marginal Pinheiros

Os painéis estão sendo instalados ao redor da raia olímpica da USP e substituirão um muro de concreto que já está sendo destruído

De acordo com a gestão do ex-prefeito João Doria, o objetivo é revitalizar a região da Marginal Pinheiros e integrar a cidade universitária

Até as capivaras que costumam ficar nos arredores da raia são suspeitas após os vidros terem aparecido estilhaçados

Funcionários trabalham no local para consertar estrutura de vidro que amanheceu quebrada

Equipes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) foram encaminhadas à Marginal Pinheiros para auxiliar na fiscalização do muro. No entanto,

Funcionários trabalham no conserto de trechos do muro que foram danificados

A distância que separa o muro de vidro e os carros da Marginal Pinheiros é de apenas seis metros

"Não sabemos quem vai retirar os estilhaços de vidro daqui”, diz Leonardo Tadeu, um dos funcionários responsável pela instalação das peças.

Marcas de barro no vidro no muro de vidro da USP: a perícia passou pelo local para averiguar os vidros quebrados

Entre as hipóteses, a hipótese dos tiros é a que ganha mais força entre os funcionários que atuam diariamente na construção do muro

Alguns painéis de vidro estão com diversas marcas de terra. “São pessoas que passam e atiram barro”, diz um dos funcionários que trabalha na construção do muro

O muro tem uma extensão de 2,2 km, alguns trechos ainda não foram concluídos. Funcionários afirmam que a segurança no local é frágil. "A ronda só poderia ser feita com uma moto"

As hipóteses vão de pássaros rasantes que ao voar colidem com o vidro, pedras que poderiam acertar o muro com a passagem de caminhões, trepidação dos carros a tiros

"A gente já até se acostumou a chegar aqui e tudo estar destruído", afirma Leonardo Tadeu, um dos funcionários que trabalha na construção do muro de vidro.

Mistério: estilhaços de vidro do muro construído entre a Universidade de São Paulo e a Marginal Pinheiros