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PM suspeito de estupro foi confundido duas vezes, diz defesa

Advogado afirma que vítima de importunação não identificou PM como autor. Mas como veículo ficou registrado ele se tornou suspeito de mais um delito

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Autor teria características diferentes do PM suspeito
Autor teria características diferentes do PM suspeito

O advogado de defesa do policial militar suspeito de ser o autor do crime de estupro contra uma jovem de 18 anos, no bairro de Aricanduva, zona leste de São Paulo, João Carlos Campanini, afirmou em entrevista ao R7 que o PM foi confundido duas vezes ao ter seu nome vinculado aos crimes de importunação ofensiva ao pudor, em dezembro de 2017, e ao estupro, no domingo (14).

O ouvidor de Polícia de São Paulo Julio Cesar Fernandes Neves enviou, na segunda-feira (23), um ofício ao Ministério Público do Estado para designar um promotor para acompanhar o caso. Ele acionou também a Corregedoria da Polícia Militar. 

Na primeira ocasião, um homem mostrou o órgão genital a uma mulher e ela relatou o caso a uma viatura da polícia militar na região. Ela afirmou aos policiais que o autor da importunação estaria conduzindo um Siena preto. A viatura, por sua vez, percorreu a região e localizou um Siena Preto conduzido por um PM, o mesmo que foi considerado suspeito do estupro do dia 14.

O veículo do cabo, segundo a defesa, teria ficado registrado em um sistema inteligente de monitoramento criminal do governo do Estado de São Paulo. Mas, segundo Campanini, a vítima da importunação não o reconheceu como autor do ato. “Quem importunou essa pessoa deve ter sido o autor do estupro.”


Para chegar a possíveis suspeitos na ocorrência do domingo, a polícia civil, segundo o advogado, teria chegado ao Siena Preto por meio do registro no sistema de monitoramento criminal. “Quando meu cliente foi levado para a delegacia pela primeira vez, o carro dele entrou no sistema como veículo supostamente envolvido em um crime”, afirma Campanini. “Agora, nessa segunda situação, a polícia chegou ao Siena preto do meu cliente por esse mesmo sistema.”

Investigação


A foto do PM foi apresentada à vítima, que, num primeiro momento, identificou o suspeito como autor do estupro. Com isso, a polícia civil decretou a prisão temporária do cabo. Por volta das 14 horas da segunda-feira (22), o PM compareceu ao 66ª Distrito Policial para fazer o reconhecimento pessoal na presença da vítima, que não o identificou como autor do crime. O delegado pediu, então, a revogação da prisão temporária. 

No entanto, de acordo com informações da 66º DP (Distrito Policial), nenhuma hispótese foi descartada por enquanto. "Embora ele não tenha permanecido preso, as investigações continuam no colhimento das provas. Não podemos descartar nada", informou por telefone um dos investigadores do caso. 


Além da negativa da vítima no reconhecimento pessoal, o advogado de defesa afirma que o PM foi até a rua em que ocorreu o estupro, no bairro de Aricanduva, e fez fotos para serem comparadas às do autor do crime. Nas imagens, a estatura do PM é menor do que a do homem das imagens e a cor da pele também é mais escura. “Ele teve essa iniciativa juntamente aos demais policiais do mesmo batalhão.”

O policial militar suspeito também apresentou ocomprovante de pagamento de um pedágio, onde estaria no momento em que ocorreu o estupro. Segundo o documento, fornecido ao R7, o PM passou pela praça leste de Itaquaquecetuba às 6 horas e 02 minutos do sábado 13 e às 18 horas e 7 minutos do dia 14 passou pela praça oeste de Itaquaquecetuba. “No horário do crime, ele estava bem longe, ou seja, vemos que há um outro Siena preto na região cometendo um crime.”

PM apresentou comprovante de pagamento de pedágio onde estaria no dia do crime
PM apresentou comprovante de pagamento de pedágio onde estaria no dia do crime

Segundo o advogado, o PM cedeu material genético para fazer exame de confronto com o material genético da vítima. “Houve uma confusão por ele morar na mesma área e ter o mesmo carro de alguém que está cometendo crime”, diz Campanini. A polícia militar e membros do batalhão em que o PM considerado suspeito atua estão emprenhados em identificar o autor do crime. “Todos os veículos com características na região estão abordados.”

Segundo o Ministério Público do Estado, até às 13 horas da terça-feira 23, o promotor para acompanhar o caso ainda não havia sido designado.

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