PM tenta impedir, mas SP tem novo ato contra aumento da tarifa
Argumento era de que trajeto seria prejudicial para o trânsito na região. Protesto terminou em confronto com ao menos 10 pessoas detidas
São Paulo|Do R7
Apesar da Polícia Militar fazer um cordão de isolamento e tentar impedir a realização da terceira manifestação do MPL (Movimento Passe Livre) contra o aumento da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo nesta quinta-feira (16), os organizadores conseguiram entrar em acordo com os policiais e iniciaram o protesto pelas ruas da região central.
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Os manifestantes começaram a concentração por volta das 17h em frente ao Teatro Municipal, no centro da cidade, que já contava com um grande número de policiais que cercaram o grupo.
A PM afirmou que não seria permitido fazer o trajeto apresentado pelos manifestantes, que seria de seguir pela rua da Consolação até a avenida Paulista, em função do aumento do fluxo de trânsito na cidade em decorrência das chuvas.
Após este impasse, o grupo iniciou o ato caminhando com destino à Praça da República, de maneira pacífica, sempre acompanhados pelos policiais.
Na Praça da República, aguardando pelo fim do ato, um outro grupo de PMs fez um bloqueio e a manifestação acabou terminando em confusão quando duas garotas foram detidas e arrastadas por policiais para uma viatura da PM. Ao menos 10 pessoas foram detidas.
Não há informações sobre o motivo que levou a detenção das garotas. Após isto, o restante dos manifestantes foram dispersos com bombas de gás. Na correria, algumas pessoas foram imobilizandas e chegaram a apanhar dos policiais.
As estações República e Anhangabaú ficaram parcialmente fechadas e passageiros mais uma vez tiveram que correr para fugir dos efeitos das bombas lançadas pela PM próximo das entradas das estações.
Não há informações sobre os motivos que levou a PM a fazer as detenções. Entretanto, nas redes sociais, a Polícia Militar afirmou que o confronto iniciou pois os manifestantes começaram a montar uma barricada para "atacar os policiais com pedras".
Aumento da passagem
O MPL (Movimento Passe Livre) reclama além do reajuste da tarifa, também contra a redução de linhas e viagens de ônibus prevista em licitação da gestão Bruno Covas (PSDB). "Não vamos pagar mais para circular menos", diz Gabriela. No ato, se vê bandeiras de movimentos estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), e de grupos políticos, como PSOL, PSTU, PCR.
Na virada do ano, o prefeito, Bruno Covas (PSDB), e o governador paulista, João Doria (PSDB) anunciaram o aumento da tarifa de R$ 4,30 para R$ 4,40. O valor das passagens unitárias do transporte público aumentou já a partir do dia 1 de janeiro de 2020. O custo do Bilhete Único Escolar será fixado em R$2,20.
Na época em que anunciou a intenção de abaixar o valor das passagens, o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram, justificou: "não é um aumento na tarifa, é uma reposição menor do que deveria acontecer. O reajuste proposto está abaixo da inflação que deve ficar entre 3,5 e 3,9% ao ano", durante reunião do CMTT (Conselho Municipal de Transporte e Trânsito), que ocorreu no dia 19 de dezembro do ano passado.