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PMs da Rota acusados de matar suspeitos e forjar crime vão a júri popular

Caso aconteceu em 2015 no bairro de Pirituba, zona norte da capital paulista; militares respondem em liberdade

São Paulo|Do R7, com Agência Record

Corregedoria desconfiou de versão apresentada por PMs Reprodução/RECORD

A Justiça de São Paulo decidiu levar a júri popular 14 policiais da Rota (batalhão de elite da PM), acusados de matar a tiros dois homens e forjar o crime. O caso aconteceu em agosto de 2015, em Pirituba, zona norte da capital paulista.

A decisão de levar os PMs para o Tribunal do Júri foi tomada pela juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, do Fórum Criminal da Barra Funda, no último dia 8, mas foi divulgada nesta terça-feira (14).

Os acusados chegaram a ser presos e ficaram por cerca de dez meses no Presídio Militar Romão Gomes. No entanto, quando o caso passou para a Justiça comum, todos foram autorizados a responder em liberdade. Ainda não há data para o julgamento.

O caso

Na primeira versão apresentada na delegacia, os PMs afirmaram que estavam em patrulhamento na avenida Doutor Felipe Pinel quando suspeitaram de um carro azul com vidros escuros ocupado por três homens.


Houve uma ordem de parada, que teria sido desrespeitada pelos suspeitos e, em seguida, ocorreu uma troca de tiros. Segundo os policiais, o carro continuou a fuga, perdeu o controle e bateu no acostamento.

Os dois passageiros desceram. Um deles conseguiu fugir após se esconder em um matagal. O parceiro acabou cercado por outro grupo da Rota e morreu na troca de tiros. Segundo a versão da PM, ele tinha uma pistola .40, usada pela polícia.


No carro dos rapazes, os policiais disseram ter encontrado uma metralhadora, um colete à prova de balas, um carregador de fuzil e duas bananas de dinamite.

A Corregedoria da PM, porém, desconfiou da versão. O trajeto descrito pelos policiais não correspondia aos registros do GPS das viaturas.

O depoimento de uma testemunha-chave — um comparsa de um dos capturados pela PM – reforçou a tese que os PMs tenham forjado o tiroteio contra os dois rapazes. Além disso, a Corregedoria acredita que pode ter havido abuso por parte das autoridades — quatro policiais dispararam, cada um, quatro tiros.

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