PMs são suspeitos de acobertar ataque a bomba em Nuporanga (SP)

A Polícia Civil de São Paulo investiga uma denúncia segundo a qual policiais militares teriam acobertado a fuga de um suspeito de praticar um ataque a bomba na residência da professora Mariene Guioto, integrante da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e presidente do diretório do PT em Nuporanga, cidade situada na região metropolitana de Ribeirão Preto, no nordeste paulista.

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Um vídeo com imagens de circuito de segurança de uma rua próximo ao local dos fatos denunciados, postado em redes sociais por parlamentares estaduais, mostra um homem encapuzado embarcando em uma viatura da PM, supostamente logo após praticar o ato criminoso.

Na gravação, é possível ver que o veículo oficial em baixa velocidade, às 0h52 do último domingo (28). Pouco depois, o suspeito surge correndo, abre a porta dianteira do lado do passageiro e entra no carro, que segue em velocidade aparentemente maior.

A deputada estadual Maria Izabel Azevedo Noronha (PT), conhecida como Professora Bebel, presidente da Apeoesp, determinou ao departamento jurídico do sindicato que acompanhe a investigação policial. A parlamentar também afirma ter ingressado com uma representação na Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo.

"Não vamos tolerar essa violência. Não descansaremos até a completa elucidação deste caso e a punição dos culpados. Estamos em luta em defesa da vida e da democracia", escreveu a deputada em comunicado sobre o atentado.

Já a deputada federal Margarida Salomão (PT/MG) classificou as imagens como "um escândalo" e cobrou uma investigação rirogosa por parte do governo paulista. "Fica patente que uma viatura da PM foi utilizada para dar fuga a quem atacou à bomba a casa da professora Marienne Guioto. Que o governo de São Paulo dê respostas rápidas sobre esse absurdo", escreveu a parlamentar mineira em postagem no Twitter.

Investigação e PMs afastados

De acordo com a SSP-SP (Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo), a Polícia Militar instaurou um IMP (Inquérito Policial Militar) para apurar a denúncia e afastou os PMs envolvidos. O caso foi registrado pela CPI (Central de Polícia Judiciária) de São Joaquim da Barra e será investigado pela Delegacia de Polícia de Nuporanga.

Leia o comunicado emitido pela SSP-SP (Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo) na íntegra:

"O caso foi registrado pela CPJ de São Joaquim da Barra e será investigado pela Delegacia de Polícia de Nuporanga. Exames periciais foram solicitados e serão anexados ao inquérito tão logo sejam concluídos. Assim que tomou conhecimento das imagens, a PM instaurou um inquérito policial militar para apurar os fatos e afastou os policiais envolvidos. A Instituição não compactua com desvios de conduta e investiga rigorosamente todas as denúncias contra seus agentes".