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Polícia apura ligação de vereador de SP com o PCC na gestão de empresa de ônibus

Operação passou por oito endereços ligados ao político e a outros suspeitos; duas prisões temporárias foram decretadas

São Paulo|

Empresa, prefeitura e vereador não comentaram a operação até a publicação do texto
Empresa, prefeitura e vereador não comentaram a operação até a publicação do texto Empresa, prefeitura e vereador não comentaram a operação até a publicação do texto

A Polícia Civil deflagrou uma operação nesta quinta-feira (9) para investigar o envolvimento do vereador de São Paulo Senival Moura (PT) em um crime de homicídio, além de supostas ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC) na gestão de uma empresa de ônibus da capital paulista.

Buscas foram autorizadas pela Justiça em oito endereços ligados ao vereador e a outros suspeitos; duas prisões temporárias foram decretadas.

O vereador, a empresa e a prefeitura não comentaram a operação até o horário de publicação desta matéria.

De acordo com informações divulgadas pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), que coordena a apuração, a investigação começou depois da morte de Adauto Soares Jorge, ex-presidente da empresa de transporte Transunião, que possui contrato com a Prefeitura de São Paulo.

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Adauto foi executado em 4 de março de 2020. A partir do homicídio, a polícia diz ter descoberto o envolvimento do crime organizado com a empresa.

Segundo o Deic, Adauto teria sido morto por não realizar repasse de valores a membros do PCC, "motivo pelo qual foi desligado da empresa e teve o 'salve' decretado pela organização criminosa".

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A polícia diz que Devanil Souza Nascimento, o Sapo, suposto motorista do vereador Senival, levou Adauto a uma padaria, onde ocorreu a execução ainda no estacionamento. Quem teria cometido o homicídio seria Jair Ramos de Freitas, o Cachorrão, que virou diretor da empresa de transporte após o crime. Sapo e Cachorrão tiveram prisão temporária decretada.

A Justiça autorizou buscas ainda em endereços ligados ao atual presidente da empresa, Lourival de França Monario. Dezoito coletivos pertencentes aos investigados foram apreendidos.

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De acordo com o Deic, Adauto seria testa de ferro do vereador Senival na direção da empresa de transporte, "que era utilizada para a lavagem de dinheiro de membros do PCC".

"O próprio vereador era proprietário de 13 ônibus que prestavam serviços para a empresa, que tem contrato com a prefeitura da capital no valor de R$ 100 milhões anuais", acrescentou em nota o órgão da Polícia Civil.

Senival é líder do PT na Câmara dos Vereadores e presidente da Comissão de Trânsito e Transporte da Casa. Em 2020, após a morte de Adauto, ele havia solicitado escolta da Polícia Militar. "Houve uma preocupação da presidência [da Câmara] quanto à minha integridade física", disse na oportunidade.

Em 2020, conforme detalhou uma reportagem, Senival e Adauto eram perueiros nos anos 1980, antes de o transporte clandestino ser regularizado, na gestão Marta Suplicy (2000-2004).

Em 2012, o Ministério Público do Trabalho acusou Moura de contratar perueiros como "laranjas", declarando à prefeitura serem donos de lotações que, na verdade, pertenceriam ao vereador. As ações trabalhistas terminaram em acordo, e o parlamentar negou irregularidades.

Senival é irmão do ex-deputado estadual Luiz Moura, expulso do PT em 2014 após ter sido flagrado pela Polícia Civil em uma reunião em que, segundo a investigação da época, havia membros da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).

O deputado negou qualquer ligação com a facção criminosa. Diversas investigações do Ministério Público de São Paulo apontaram ligações entre a organização criminosa e as lotações da cidade.

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