Polícia conclui inquérito do roubo de ouro no aeroporto de Guarulhos
Seis pessoas foram acusadas de participarem do roubo, que segundo a Polícia Civil, já teriam participado de outros grandes roubos
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7
A Polícia Civil de São Paulo entregou à Justiça, nesta segunda-feira (5), o inquérito sobre a investigação do roubo de mais de 780 kg de ouro no aeroporto de Guarulhos, em 25 de julho.
O delegado Pedro Ivo Corrêa afirmou, em entrevista coletiva realizada no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminosas), onde o caso está sendo investigado, que o término da primeira fase da investigação pode identificar o líder da organização criminosa, chamado Francisco Teotônio da Silva Pasqualini. “Ele tinha armamento e conhecimento para arregimentar outros para a participação no roubo”, explicou Corrêa.
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De acordo com a investigação policial, Pasqualini tinha um relacionamento com a irmã de Peterson Brasil, outro preso envolvido no roubo milionário. Este, por sua vez, teria atraído Peterson Patrício, o funcionário do aeroporto que disse, em primeiro momento, que foi feito refém e, em seguida, confessado participação no crime.
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Pasqualini, segundo o delegado, possui passagens por roubo a carro forte, em 1982 e 1993. Corrêa disse, também, que integrantes do grupo participaram de outros grandes roubos, como o da Prossegur, no Paraguai.
Primeiro roubo
O delegado informou que o grupo, formado ao todo por 14 pessoas, tinha ido ao Terminal de Carga e Exportação uma semana antes para roubar a carga. “Eles foram até a porta do aeroporto e voltaram”, contou. O roubo, de fato, ocorreu no dia 25 de julho.
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Contradição
Peterson Patricio era funcionário do aeroporto e, segundo as investigações, é o segundo na ordem interna do grupo. “Ele tinha o conhecimento do dia a dia do aeroporto, de como as cargas chegavam, por exemplo”, contou Corrêa. Primeiro a ser preso, ele afirmou que foi feito refém e, em um segundo momento, confessou a participação no crime.
Corrêa esclarece que a prisão se deu após depoimentos contraditórios à polícia. Ele teria dito que foi feito refém, assim como sua família, porém, durante as diligências, ele confirmou a participação no crime. Segundo o delegado, no final do planejamento do roubo, ele havia demonstrado inseguranças e obstáculos. “Ele concordou em participar do crime mas, no final, tentou dar uma desculpa para impedir o roubo e aí sequestraram a família dele”, disse.
Carga suspeita
Nesta segunda-feira (5), um homem chinês foi preso pela polícia no Conjunto Nacional, na avenida Paulista, centro da capital. O suspeito estava em posse de 10 placas de ouro, de tamanho 9x6, e disse que havia comprado o produto e, posteriormente, enviaria para a China.
Essa é uma das hipóteses que os investigadores relataram ter ocorrido com a carga. Apesar de a apreensão não estar necessariamente relacionada com o roubo em Guarulhos, o delegado disse que essa é “uma das formas de dar evasão ao ouro”.
Há, então, a suspeita de que a carga esteja sendo encaminhada, em pequenas quantidades, ao exterior. Originalmente, a carga teria como destino Nova York, nos Estados Unidos, e Zurique, na Suíça.
Joias e mais ouro
Na coletiva, a polícia também atualizou o total levado pelos ladrões. Além dos 718 kg de ouro, foram roubados também 15 kg de esmeraldas, avaliados em US$ 25 mil dólares; 18 relógios e 1 colar, avaliados em R$ 94 mil, mais 51 kg de ouro que teriam Dubai como destino, totalizando mais de 780 kg de metais preciosos roubados.
O R7 já havia questionado a Polícia Civil anteriormente sobre o que foi levado pelos assaltantes, pois no dia do roubo a reportagem havia encontrado etiquetas de identificação de barras de ouro que tinham como destino a capital dos Emirados Árabes Unidos.