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Polícia investiga se adolescente mentiu em depoimento sobre morte de dentista

Jovem teria negado versão de ter ateado fogo em Cinthya, em São Bernardo

São Paulo|Do R7

Delegado relata que vídeo onde adolescente nega autoria de crime não foi feito sob sua responsabilidade e que investigação continua
Delegado relata que vídeo onde adolescente nega autoria de crime não foi feito sob sua responsabilidade e que investigação continua

A Polícia Civil irá reforçar a apuração para definir se o adolescente preso sob suspeita de ter ateado fogo na dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza na última quinta-feira (25), em São Bernardo do Campo, mentiu no seu depoimento. Ao falar às autoridades policiais e sob a presença de um advogado no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa), o jovem assumiu ser o responsável pela morte da dentista.

Em um vídeo, o jovem teria dito que não é o responsável por ter incendiado a dentista, que o teria feito apenas por ter medo de Victor, um dos envolvidos no crime. O delegado Roberto Meneses, titular do 2º Distrito Policial da cidade, comentou a gravação, e disse que esta fala do garoto não foi feita sob sua custódia, e que não tem peso negativo para apuração dos fatos.

— O menor pode mudar a versão dele a qualquer momento, e a investigação continua. O inquérito não foi encerrado, e ainda estamos investigando os fatos para apurar as circunstâncias em que ocorreu o crime.

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O delegado lembra que é possível ser dita uma versão em um depoimento oficial à autoridade policial, outra para o Ministério Público e uma terceira ainda durante um eventual julgamento. Cabe à investigação construir as provas necessárias para levantar a verdade sobre o ocorrido, segundo Meneses.

— Se for necessária nova oitiva do menor, faremos nova oitiva. O processo não terminou ainda.


Vazamento

O delegado Roberto Meneses nega que os vídeos que mostram o jovem negando a autoria do crime tenham vazado, já que não são oficiais. Ele aponta que estes foram gravados, aparentemente, com celular, e não identificou onde as imagens foram feitas.


Questionado se iria apurar a origem das imagens, Meneses negou esta possibilidade por enquanto.

— De início ainda não, pois estou atento à questão do inquérito.

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O delegado descarta que a divulgação do depoimento coloque em risco o adolescente. Para ele, todos já assumiram estar juntos no mesmo ato.

— Estão todos unidos no mesmo barco, e um barco terrível. O menos envolvido, em tese, é o que estava do lado de fora, mas todos os outros têm sua mesma culpa no incêndio.

O delegado ainda reforçou que, mesmo com as diferentes histórias, os quatro presos foram reconhecidos, e assumiram estar envolvidos na ação que resultou na morte da dentista.

— O maior avanço até agora é que os quatro estão fora de ação. Esta é minha opinião não só como profissional, mas como cidadão.

Internação

Atualmente, o adolescente se encontra internado de maneira provisória na Fundação Casa, enquanto aguarda os próximos passos da investigação. O julgamento deve ocorrer no prazo máximo de 45 dias após o Ministério Público decidir se há provas suficientes do envolvimento dele com o crime e apresentar a acusação à Justiça.

Caso isto não ocorra, ele deve ser posto em liberdade imediatamente. Caso seja condenado, o juiz poderá aplicar entre as medidas socioeducativas previstas em lei a prestação de serviços, a liberdade assistida, semiliberdade ou a internação do jovem.

Neste último caso, haverá uma reavaliação semestral para avaliar a condição e necessidade de permanência no regime. O prazo máximo para a internação é de três anos, e não deve ultrapassar os 21 anos.

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