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Polícia quebra sigilo bancário de estudante da USP e rastreia dinheiro de formatura

Alicia Dudy Müller Veiga, de 25 anos, deve responder pelo crime de apropriação indébita; ela ainda não foi localizada

São Paulo|Do R7, com Record TV

Alicia Dudy Müller é suspeita de desviar R$ 920 mil da comissão de formatura
Alicia Dudy Müller é suspeita de desviar R$ 920 mil da comissão de formatura

Após diversas denúncias contra a estudante de medicina da USP (Universidade de São Paulo) Alicia Dudy Müller Veiga, de 25 anos, a polícia pediu a quebra de sigilo bancário e conseguiu rastrear quase R$ 1 milhão da comissão de formatura supostamente desviados pela aluna.

De acordo com as investigações, foram realizadas três transferências com o dinheiro da comissão: uma de R$ 604 mil para a própria conta de Alícia e outras duas, de R$ 145 mil e R$ 175 mil, para contas de terceiros.

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As transferências deveriam ter sido feitas para a Às Formatura, empresa responsável pelo evento de colação de grau dos alunos, mas teriam sido desviadas por Alícia, que era presidente da comissão.

Dois alunos da turma da jovem, além de dois funcionários da Às, prestaram depoimento no 16°DP (Vila Clementino), responsável pelas investigações. De acordo com a delegada Zuleika Araújo, nenhum deles suspeitava que a jovem fosse capaz de dar esse golpe. "Como presidente da comissão e ter a disponibilidade desse valor, ela se apropriou indevidamente da quantia", afirma.


Por esse fato, Alicia deve responder pelo crime de apropriação indébita e, se condenada, pode pegar até quatro anos de prisão. No entanto, ela também pode responder por estelionato e lavagem de dinheiro, já que é suspeita de ter aplicado um golpe em uma lotérica localizada em Mirandopólis, bairro da zona sul de São Paulo.

Ainda segundo as investigações, a estudante teria feito apostas de até R$ 500 mil, mas mostrado comprovantes de pagamentos falsos, deixando prejuízo no estabelecimento.


Polícia tem dificuldade para localizá-la

Ainda segundo a delegada responsável pelo caso, Alicia ainda não compareceu à delegacia para prestar depoimento e a corporação tem tido dificuldade para localizá-la. Mesmo assim, a delegada espera que a jovem se apresente até o fim desta semana.

A única vez que a estudante se manifestou sobre o ocorrido com o dinheiro foi por meio de um grupo de WhatsApp com outros alunos de sua turma, que fizeram transferências mensais durante a graduação para a realização da formatura.


Na mensagem, a estudante afirmava que havia investido o dinheiro na Bolsa de Valores e que teria levado um golpe. "Uma investidora que, no final das contas, não se passava de um golpe e nunca mais me retornou, nem com o dinheiro investido, nem com os rendimentos", escreveu aos colegas.

Golpe de formatura

Os estudantes afirmaram que foram vítimas de um golpe de Alicia, presidente da comissão de formatura. Eles relataram que pagaram ao longo de quatro anos de curso a realização da festa, porém o dinheiro desapareceu. Agora, as vítimas não dispõem de verba para a comemoração.

Em um grupo de WhatsApp, no sábado (6), a jovem confessou aos colegas que retirou o dinheiro da ÁS Formatura para investir, com o auxílio de uma empresa especializada. Entretanto, segundo ela, a investidora desapareceu com cerca de R$ 800 mil, e o valor restante do fundo da formatura foi gasto com um advogado, na tentativa de reaver o dinheiro.

De acordo com a SSP, um dos estudantes lesados registrou um boletim de ocorrência na terça-feira (10), no 14° Distrito Policial de Pinheiros. O caso está sendo investigado pelo 16º DP (Vila Clementino), que instaurou inquérito para apurar o crime de apropriação indébita.

A diretoria da Faculdade de Medicina também confirmou, em publicação de nota, que os alunos que participariam da formatura da turma 106ª foram vítimas de fraude. "Os fatos estão sendo apurados e busca-se identificar os responsáveis pela fraude. A diretoria está apoiando com orientação aos alunos envolvidos."

Questionada sobre a retirada de todo o dinheiro por Alicia, a ÁS Formatura afirmou que "todas as transferências foram realizadas rigorosamente conforme estabelecido nas cláusulas contratuais". A empresa também disse que está "em contato com a comissão de formatura para buscar algum tipo de solução que viabilize a realização do evento planejado".

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