Policiais civis exigem tratamento igual à PM em testes da covid-19
Associação afirma que categoria exerce suas funções normalmente durante a pandemia e refuta exclusão da 1ª fase do plano anunciado pelo Estado
São Paulo|Cesar Sacheto, do R7
A Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) criticou, nesta segunda-feira (11), a decisão do governo do Estado de priorizar a Polícia Militar no cronograma de testes da covid-19 ao qual deverão ser submetidos os agentes públicos de segurança pública de São Paulo.
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O presidente da entidade, Gustavo Mesquita Galvão Bueno, exigiu tratamento igualitário aos policiais civis, incluídos em uma segunda etapa do programa, conforme anunciou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, coordenador da ação.
"O sentimento que fica entre os policiais civis é, mais uma vez, de injustiça e esquecimento. Se os policiais civis estão exercendo as suas funções normalmente e se sujeitando ainda mais aos riscos do contágio, somados aos riscos já inerentes da profissão, não há motivo lógico ou racional para essa distinção entre categorias", enfatizou.
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O delegado acrescentou que a isonomia no tratamento entre as categorias seria também um ato de pragmatismo, pois, preservaria a saúde de todos os responsáveis pela segurança da população.
"E esses também são os policiais civis. Aliás, [que atuam] em uma atividade de extrema relevância, que é a investigação criminal, e no atendimento ao público nas delegacias, que estão abertas", completou o presidente da Adpesp, Gustavo Mesquita Galvão Bueno.
Número de policiais mortos por covid-19
A entidade enviou um SIC (Serviço de Informação ao Cidadão) à SSP-SP (Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo) para obter a informação sobre a quantidade de policiais civis contaminados pela doença.
A contagem oficial mais recente revelava que havia 0,7% de agentes públicos acometidos pelo novo coronavírus - entre os policiais militares, a porcentagem representa cerca de 640 pessoas.
A Adpesp questionou a pasta sobre os integrantes da Polícia Civil afastados por suspeita da doença, os casos confirmados e o número de mortes.
Outro ponto levantado pela entidade de classe diz respeito ao pagamento do seguro de vida, em virtude da hipótese de o policial ter adquirido a doença em serviço.
Outro lado
O R7 procurou a assessoria de imprensa da SSP-SP para saber a posição da pasta sobre os questionamentos da Adpesp, mas não houve resposta até a publicação desta matéria.