Policial mata homem a tiros após briga por causa de pit bull em SP
Agente se incomodou com o tutor por não deixá-lo brincar com o cão. Eles brigaram; uma terceira pessoa tentou apartar e morreu
São Paulo|Isabelle Gandolphi, da Agência Record
Um homem morreu após uma discussão com um policial civil à paisana por causa de um cachorro em um posto de combustível na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (7).
O crime ocorreu em um posto Shell na avenida Doutor Ricardo Jafet. Em entrevista à Record TV, Guilherme de Melo disse que havia ido à loja de conveniência, com sua cadela da raça pit bull, para comprar cigarro. Ele costuma frequentar o local, acompanhado do animal, que é manso.
O investigador do 7° DP (Lapa) abastecia seu carro, quando entrou na loja e brincou com o animal. Guilherme autorizou, uma vez que a cachorra é mansa e acostumada a brincar com outras pessoas.
Após comprar cigarro, Guilherme saiu para fumar. Neste momento, o jovem deu um comando à cadela. Em seguida, o investigador foi atrás e tentou mexer novamente com o pet.
Polícia criticou comportamento do tutor da cachorra
A pit bull passou a demonstrar irritação e comportamento agressivo, devido ao comando que havia recebido do tutor. Por isso, Guilherme pediu ao policial que não passasse por cima de sua autoridade, pois ele adestrava a cadela para que ela fosse mansa e, por isso, precisava ser rígido com ela.
O investigador, no entanto, não concordou com a atitude do tutor e passou a dizer que ele a maltratava. Guilherme não gostou da fala do policial e iniciou uma discussão.
Nesse meio-tempo, três irmãos pararam na conveniência do posto para comprar cerveja e presenciaram a discussão entre o policial e o dono da cachorra.
Um deles, identificado como Cidinei, tentou apartar a briga, afirmando que o jovem estava correto em relação aos cuidados com a cadela.
Cidinei ressaltou que possuía dois cães da mesma raça e que o tratamento precisa ser mais rígido, pois eles são muito persistentes.
Policial fez ameaças
Durante a discussão, o investigador se irritou e pegou Guilherme pelo pescoço. Em seguida, Cidinei e o irmão tentaram conter o policial, que afirmou estar armado e que atiraria.
Então iniciou-se uma confusão generalizada. Em certo momento, Cidinei pegou a arma do policial e tentou fugir, para que ele não atirasse em ninguém. Ele chegou a montar na motocicleta e, segundo a irmã, levaria a arma a uma delegacia.
Neste momento, o investigador pegou uma segunda arma em seu carro, se abaixou próximo à bomba de combustível e disparou oito vezes contra Cidinei.
O homem, que é do Maranhão e havia completado 26 anos no dia 20 de maio, foi atingido pelas costas e na cabeça. Ele foi socorrido e encaminhado ao pronto-socorro do Hospital do Ipiranga, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Cidinei Souza Junior é filho caçula, deixa dois filhos e esposa. Sua mãe, que mora no Nordeste, foi comunicada do ocorrido e está a caminho de São Paulo.
A Corregedoria da Polícia Civil e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa investigarão o caso.