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Por que é difícil abrir a porta de um carro submerso? Entenda

Isabella Natália morreu afogada em Guarujá na última semana, após o carro em que estava cair em uma piscina

São Paulo|Melissa Venturini* ,do R7

Isabella estava sentada no banco de trás do carro
Isabella estava sentada no banco de trás do carro

O caso da jovem Isabella Natália de Oliveira Silva, de 22 anos, que morreu afogada na última sexta-feira (8) após o carro em que estava cair em uma piscina, mostra que situações de veículos na água podem ser fatais.

Isabella estava no banco de trás e teria tentado se salvar abrindo a porta do carro. Suas amigas, que estavam nos bancos do motorista e do passageiro, conseguiram sair pelas janelas da frente, que estavam abertas.

Em entrevista ao R7, Norival Gonçalves, membro da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalúrgica do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo) e ex-coronel do Corpo de Bombeiros, explica o que acontece quando um carro cai na água. E porque é tão difícil sair de dentro do veículo.

"Um carro completamente fechado tem uma densidade menor do que a água. Então se ele cair na água, ele vai flutuar", afirmou. "Mas se começa a entrar água, por uma janela aberta ou algum buraco, ele vai ficar mais pesado e vai afundar".


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O engenheiro mecânico diz que a pressão exercida pela água dificulta a fuga de um passageiro ou motorista. "Se o carro estiver muito profundo, vai ser muito difícil de abrir a porta, pois a pressão da água é maior que a do ar", afirma o especialista.

"Dez metros de água, em um espaço de 1 cm², é igual a 1 kg [de água]. Imagina o peso da porta do carro", afirma.


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Como ajudar no resgate

Em entrevista ao R7, André Elias, capitão do Cobom (Comando do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo), afirma que existem orientações a serem seguidas nesses casos. "Saia imediatamente do veículo. [Quem está de fora] ajude as pessoas que estão dentro do carro a sair, caso isso seja possível", diz.

O capitão finalizou dizendo que o serviço de emergência, como o Corpo de Bombeiros, deve ser acionado o mais rápido possível.

Norival Gonçalves complementou as orientações e afirmou que, dependendo da situação, o resgate deve ser diferente. "Se o carro está flutuando, é preciso dar um jeito de prender o veículo com alguma corda para ele não ser levado pela enxurrada".

"Depois disso, a pessoa deve ser retirada pela janela. Se você abrir a porta, a velocidade da água vai segurar a pessoa lá dentro", complementa o especialista.

Caso de Isabella

A jovem e duas amigas, que saíram com vida do acidente, alugaram uma casa em Guarujá, no litoral de São Paulo, na praia do Pernambuco, para passar o feriado.

Ao tentar estacionar o carro na garagem, a motorista perdeu o controle e o veículo caiu na piscina. As duas ocupantes do banco da frente conseguiram sair do carro pelas janelas, mas Isabella, que estava no banco de trás, não teve a mesma sorte.

A jovem ficou cerca de dez minutos debaixo da água até que o segurança do bairro, Rodrigo Paulino, quebrou uma janela do veículo e retirou a vítima. Ele tentou reanimá-la, mas sem sucesso.

Em entrevista à Record TV, Paulino disse acreditar que a vítima não conseguiu abrir a porta porque a parte da frente do carro submergiu, causando uma grande pressão de água.

*Sob supervisão de Márcio Pinho

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