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Possível falha que derrubou avião da Voepass se assemelha à causa da queda com Air France

Em 2009, o voo 447 da companhia francesa caiu após decolar do Rio de Janeiro; entupimento de equipamentos por formações de gelo foi uma das causas

São Paulo|Do R7


F-GZCP, a aeronave envolvida no acidente de 2009, após decolar do Rio de Janeiro Pawel Kierzkowski (Sob Licença Creative Commons)

Enquanto ainda se investiga a queda do avião da Voepass em Vinhedo, interior de São Paulo, nessa sexta-feira (09), o gelo se tornou a principal suspeita da causa do acidente. O sistema FlightRadar24 mostrou que foi emitido um alerta sobre uma “formação severa de gelo” na rota da aeronave.

A aeronave voava de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP), mas caiu no interior de São Paulo. Todas as 62 pessoas a bordo morreram.

Em nota, a ATR afirmou que foi informada do acidente, e que “especialistas da empresa estão totalmente envolvidos em dar suporte tanto à investigação quanto aos clientes”,

Risco para a aviação

Em 2009, uma formação de gelo entupiu equipamentos do Airbus A330 da Air France, que caiu perto de Fernando de Noronha. Segundo o relatório final do acidente emitido pelo órgão francês BEA (Bureau de Investigações e Análises), o gelo obstruiu as sondas Pilot, que são sensores que informam a velocidade da aeronave.


O problema mecânico levou também a uma série de erros de avaliação dos pilotos, o que causou perda de sustentação e desestabilização do veículo pouco antes da queda.

Embora o gelo seja considerado um perigo para toda a aviação, aviões da ATR enfrentam problemas específicos sob condições adversas do tipo.


Um avião da ATR caiu em condições semelhantes. Em outubro de 1994, o voo 4184 da Simmons Airlines tinha como destino Chicago, nos EUA, mas o tráfego excessivo do aeroporto da cidade exigiu que o avião fosse mantido a 10.000 pés (aprox. 3 km) de altitude, em condições de gelo. Ao tentar descer para 8.000 pés (2,44 km), o avião perdeu sustentação e controle e caiu. Todos os ocupantes morreram no acidente.

Segundo investigações do NTSB (Conselho Nacional de Segurança nos Transportes), a causa provável foi “o acúmulo de uma crista de gelo atrás das botas de degelo, (...) devido a uma operação prolongada do voo 4184 em um ambiente de garoa congelante, muito além do envelope de certificação da aeronave”.


Além disso, o acidente também mostrou que autoridades aéreas e mesmo fabricantes de aviões tinham conhecimento insuficiente sobre “características da garoa congelante e seu efeito potencial no desempenho e controlabilidade da aeronave”.

Após o acidente, a FAA (Administração Federal de Aviação) chegou a proibir que aeronaves turboélice da ATR do modelo ATR-72 de voarem sob condições de gelo. A proibição foi retirada meses depois, quando foram emitidas diretrizes rígidas de voo nessas condições, quando um estudo da Nasa detectar quais os principais riscos de formação de gelo em asas.

“Os programas de pesquisa levaram ao desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico e previsão do tempo que atualmente permitem que as aeronaves evitem estrategicamente as condições de SLD [gotículas grandes super-resfriadas]”, afirmou na época Thomas Ratvasky, o principal engenheiro do projeto de testes.

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