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Postos de saúde de São Paulo têm dificuldade para transferir pacientes

Unidades têm de fazer pedidos por vagas à Prefeitura, que demora para responder. Postos na Brasilândia e no Sapopemba são os mais afetados

São Paulo|Do R7

Postos da Brasilândia relatam dificuldades para transferir pacientes
Postos da Brasilândia relatam dificuldades para transferir pacientes

A lotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em São Paulo já impacta a atenção básica de saúde. Em postos de saúde das regiões de Brasilândia, na zona norte da capital, e de Sapopemba, na zona leste, as mais afetadas pela covid-19, funcionários da rede relatam dificuldade para localizar leitos de internação para transferir os pacientes mais graves, o que não ocorria há uma semana.

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Segundo esses funcionários, Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) perderam a chamada "referência", os hospitais para onde essa unidades são orientadas a transferir os pacientes que precisam de cuidados mais complexos.

Tem sido comum o hospital de referência estar lotado. Dessa forma, os postos têm de fazer pedidos por vagas à Prefeitura, que demora algumas horas para responder. A vaga que chega pode ser para outro hospital municipal, mais próximo, ou para unidades estaduais.


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"Se precisar entubar um paciente enquanto espera, nós até conseguimos. Temos um respirador aqui. Mas a unidade fecha às 22 horas. Não tem funcionário depois. O que vamos fazer com o paciente?", indaga a funcionária da AMA Jardim Tietê, na região de Sapopemba.


"Nós transferimos pacientes para os hospitais de (Parada de) Taipas e de Cachoeirinha", explicou a funcionária de outra AMA, na Brasilândia. "Ontem (segunda-feira), transferimos um paciente para o hospital de campanha do Anhembi, que era menos grave. Outros três, demorou ‘um monte’ para a gente transferir." Os pacientes acabaram sendo enviados para unidades diferentes.

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"Se a pessoa está com um pouco de febre, está com uma oxigenação baixa, e tem os sintomas há alguns dias, eu consigo mandar para o hospital de campanha. Antes, eles exigiam a tomografia do paciente, e a gente não faz o exame aqui. Agora, não exigem mais e eu consigo pedir a vaga no sistema", afirmou uma coordenadora da zona leste. "Mas, para caso mais grave, eu deveria encaminhar ao Pronto Atendimento de São Mateus. Nos últimos dias, está demorando para sair a transferência."

Um agravante, ainda de acordo com um funcionário da AMA Jardim Paulistano, na região de Brasilândia, é que "os pacientes que estão vindo nesta semana são mais graves, têm mais sintomas e estão piores". Dessa forma, eles chegam à rede básica já precisando da transferência.

Isolamento

Em uma das unidades, há três consultórios que foram transformados em sala de isolamento, onde os pacientes ficam à espera da transferência. Na zona leste, "hoje mesmo chegou uma mulher, funcionária aqui da AMA, que estava com a oxigenação em 40. Ela desmaiou", disse um funcionário. Ela foi levada às pressas para o Hospital Estadual de Sapopemba em ambulância da AMA.

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Em nenhum dos quatro locais visitados ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, entretanto, houve relato de pacientes que morreram à espera de vaga ou de transferências. Procurada para comentar os relatos de dificuldades de transferência dos pacientes, a Prefeitura de São Paulo não havia se manifestado até as 20h desta terça-feira, 28.

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