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Prefeitura de São Paulo defende a internação compulsória de usuários de drogas na Cracolândia

Segundo o prefeito Ricardo Nunes, o crack tem muita influência na condição mental do usuário, sendo necessária a intervenção

São Paulo|Do R7

Aglomeração de usuários na Cracolândia
Aglomeração de usuários na Cracolândia

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu nesta sexta-feira (13) a internação involuntária e compulsória de usuários de drogas que estejam há mais de cinco anos na Cracolândia, localizada no centro de São Paulo. 

"A gente não pode desconsiderar a realidade dos fatos. Quem está no consumo há mais de cinco anos, o poder público precisa dar um atendimento. Se o atendimento for internação involuntária, compulsória, unidade terapêutica, a prefeitura e o governo de São Paulo o fará. O que a gente não pode é ter as pessoas jogadas na rua”, disse o prefeito.

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Nunes também afirmou que é necessário reformular e potencializar o atendimento aos usuários no CRATOD (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas). Segundo ele, atualmente o equipamento conta com pouca atuação.

O objetivo da prefeitura é atuar por três frentes na Cracolândia: combate ao tráfico de drogas, tratamento médico aos usuários e a reurbanização do espaço no centro da capital.


Críticas

Para o promotor Arthur Pinto Filho, do Ministério Público de São Paulo, não existe uma estrutura física e humana de saúde e assistência social que consiga atender todos os usuários de drogas de forma adequada.

Atualmente, por exemplo, cerca de 40 orientadores sociais — responsáveis por garantir os direitos de pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade — atuam na Cracolândia. Como a remuneração é baixa, a rotatividade dessas vagas é grande, o que impede a criação de vínculos e de confiança com os usuários.

Outra problemática elencada pelo promotor é a condução coercitiva e desumana dos usuários aos hospitais psiquiátricos e centros de acolhimento. “Muitas pessoas eram levadas algemadas”, revelou. Após o breve período de internação, os pacientes também saem sem perspectiva de moradia nem de trabalho; por isso, acabam retornando à Cracolândia.

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