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Prefeitura de SP anuncia troca de empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC

Desde o ano passado, duas empresas são investigadas pela Operação Fim da Linha, que revelou as possíveis ligações com PCC

São Paulo|Do Estadão Conteúdo

Investigação do MP apontou para uma 'infiltração' do PCC no setor de transportes
Investigação do MP apontou para uma 'infiltração' do PCC no setor de transportes Paulo Pinto/Agência Brasil - 6.1.2025

A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (29) que colocará fim aos contratos com as empresas de ônibus Transwolff e UpBus, investigadas pelo Ministério Público por suspeita de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo o Executivo paulistano, as defesas apresentadas pelas concessionárias no âmbito do processo administrativo foram rejeitadas e elas serão substituídas.

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“A Prefeitura esclarece ainda que permanecerão as intervenções já em curso nas concessionárias. Dessa forma, estão garantidos os serviços prestados à população, bem como os pagamentos dos funcionários e fornecedores. A equipe técnica e jurídica dará prosseguimento à substituição da Transwolff e da UPBus, apresentando providências necessárias à manutenção do atendimento integral da população”, disse a administração municipal, em nota.

A Transwolff afirmou que vai acionar a Justiça para contestar a decisão da Prefeitura, que classificou como ”arbitrária” e “ilegal”. Em nota, a empresa declarou, ainda, que o processo não tem fundamento jurídico, está repleto de inconstitucionalidades e que não há comprovação de “qualquer vínculo” dela ou de seus dirigentes com organizações criminosas. A reportagem tenta contato com a UpBus.

O despacho que deu início ao processo de rescisão foi assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) nos últimos dias de dezembro e publicado no Diário Oficial do município.


Desde o ano passado, as duas empresas são investigadas pela Operação Fim da Linha, que revelou as possíveis ligações com PCC. O presidente da UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, foi preso no mês passado por descumprir medidas cautelares no bojo da mesma operação.

Relembre o caso

A investigação do Ministério Público aponta para uma “infiltração” do PCC no setor de transportes, por meio do controle de empresas de ônibus operado por uma rede de laranjas e CNPJs fantasmas. Duas das maiores empresas de ônibus de São Paulo foram acusadas de terem sido criadas com o dinheiro do PCC: a UPBus, supostamente controlada por integrantes da cúpula do PCC e seus parentes; e a Transwolff, a terceira maior empresa do setor na cidade, com 1.111 veículos circulando.


O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o Ministério Público de São Paulo, a Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica apontaram, após quatro anos de investigação, para a existência de um cartel montado pelo crime organizado para se apossar do chamado Grupo Local de Distribuição do sistema municipal de transportes.

A Justiça determinou o afastamento de 15 acionistas da UPBus e seis da direção da Transwolff e da cooperativa Cooperpam. Na ocasião, também foi determinado que a Prefeitura fizesse uma intervenção nas duas empresas.

Poucos dias após a Operação Fim da Linha, Nunes afirmou que a Transwolff não iria mais administrar o sistema de ônibus aquáticos na represa Billings, na zona sul de São Paulo.

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