Preso 3º PM envolvido na morte de 2 suspeitos com vários tiros em SP
Policial que pilotava a viatura do 1º BPM/M envolvida na ocorrência foi levado para o Presídio Romão Gomes com outros dois presos
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Um terceiro policial militar foi preso nesta segunda-feira (14) por envolvimento na ação que terminou com a morte de dois suspeitos de roubo de veículo com vários tiros, ocorrida na noite de 9 de junho, em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. O acusado pilotava a viatura que participou da perseguição ao veículo em fuga.
A Corregedoria da PM e a Polícia Civil investigam a hipótese de execução praticada por um sargento e um soldado do 1° BPM/M (Batalhão de Polícia Militar/Metropolitano). Ambos os PMs já haviam sido presos no domingo (13) e encaminhados para o Presídio Militar Romão Gomes. Os três foram ouvidos no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
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Segundo o documento assinado pelo juiz de direito do TJM (Tribunal da Justiça Militar) Ronaldo João Roth, Felipe Barbosa da Silva, que dirigia o carro perseguido pelos policiais militares, tinha 27 perfurações em várias partes do corpo. Com ele, os PMs afirmam ter encontrado um revólver de calibre 38 e numeração raspada — com cinco munições intactas.
O homem que ocupava o banco de trás do veículo, Vinicius Alves Procópio, tinha 23 perfurações pelo corpo. Na delegacia, os policiais apresentaram um revólver de calibre 32, também com a numeração suprimida, mas com quatro munições intactas e uma já disparada, atribuído ao morto. No bolso dele também foi encontrada uma aliança com a inscrição de um nome de mulher que, posteriormente, foi devolvida à vítima que teve o carro roubado.
Nesta segunda-feira (14), o procurador-geral de Justiça do estado, Mario Sarrubbo, destacou um promotor de Justiça para acompanhar as investigações.
O ouvidor das Polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, não descarta a hipótese de execução dos suspeitos pelos dois policiais militares.
"Não pode fazer 'justiçamento'. Caberia aos policiais criar uma situação para deter os supostos bandidos, conduzirem até a delegacia e [para que] eles sofrerem as sanções pelos crimes que, eventualmentem cometeram. Essa é a boa ação policial", declarou.
O advogado Ariel de Castro Alves, , especialista em direitos humanos e segurança pública pela PUC-SP e membro do Grupo Tortura Nunca Mais, também questionou a ação dos policiais militares.
"As informações são de que o Felipe foi atingido por 27 disparos e o Vinicius por 23 disparos. Essas informações já indicam um fuzilamento. Quem é suspeito de crime deve ser detido e não executado", disse o especialista.