Quem são os acusados no caso da morte do namorado de empresária milionária em SP
Anne Cipriano Frigo morreu no último fim de semana, vítima de tumor; outros dois homens respondem a processo pelo caso
São Paulo|Do R7
Após a morte da empresária Anne Cipriano Frigo, acusada de ser a mandante da execução de seu ex-companheiro Vitor Lúcio Jacinto, o caso deverá ter novas definições. Os outros dois acusados de envolvimento no caso – Carlos Alex Ribeiro de Souza e Leandro Lopes Brasil – ainda esperam o julgamento, e uma audiência de instrução está marcada para o próximo dia 24, um ano após a morte de Vitor. Na audiência, testemunhas deverão ser ouvidas, e os acusados, interrogados.
Carlos foi preso preventivamente em 29 de junho e responderá pelo homicídio de Vitor. À época, o corretor de imóveis e amigo do casal confessou à polícia que assassinou a vítima com um tiro nas costas, sob o pagamento, segundo ele, de R$ 200 mil por parte de Anne.
A empresária negou os fatos relatados por Carlos e disse que havia, sim, oferecido essa quantia ao amigo, mas para que ele preparasse um dossiê sobre o ex, com quem a empresária brigava pela guarda dos filhos. Anne teve prisão domiciliar concedida em novembro, pois sofria de um câncer no cérebro em nível mais avançado.
Em relação a Carlos, a Justiça poderá determinar a realização de um tribunal do júri, aplicado em casos de homicídios dolosos. Nesse cenário, sete jurados decidirão a culpabilidade ou não do acusado. Anne Cipriano Frigo poderia também se sentar no banco dos réus diante do tribunal, mas, com sua morte, o processo contra ela foi extinto.
Já a participação de Leandro Brasil, segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), consistiu em ajudar Carlos a esconder o cadáver de Vitor. Leandro responde em liberdade por ocultação de cadáver.
O R7 procurou as defesas de Carlos Alex de Souza e Leandro Brasil, que não foram localizadas. O espaço está aberto para o posicionamento de ambas.
Morte de Vitor Jacinto
Anne Frigo e Vitor Jacinto, segundo investigações, tinham uma vida luxuosa. O casal possuía duas casas. Ela costumava morar com os filhos no bairro Vila Nova Conceição, bairro nobre da zona sul de São Paulo, enquanto ele ficava em um imóvel em Alphaville, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
Ao longo do relacionamento, a vítima recebeu vários presentes caros de Anne, como relógios da marca Rolex, viagens à Europa e um carro Porsche, avaliado em R$ 2 milhões. Até que, em determinado período, os dois começaram a discutir muito, a ponto de chegar à separação. Anne parou, então, de sustentar Vitor.
Segundo as investigações, Vitor decidiu retomar o relacionamento por estar sem dinheiro. As apurações mostram ainda que, enquanto o casal tentava se reconciliar, a milionária descobriu várias traições de Vitor, o que a teria motivado a planejar a morte do namorado.
O corretor apontado como executor do crime atuava intermediando compras de carros, imóveis e terrenos para o casal. De acordo com a delegada Magali, o corretor era um faz-tudo da família. Quando Anne descobriu os relacionamentos extraconjugais do companheiro, ofereceu dinheiro a Carlos para que ele matasse Vitor.
Até que, no dia 17 de junho, Carlos convidou Vitor para ver um terreno à venda. A caminho do local, na rodovia Castello Branco, o corretor pegou uma arma que estava no banco de trás do carro e deu um tiro pelas costas, que acertou o coração de Vitor.
Segundo o delegado Fábio Pinheiro Lopes, do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), o executor levou o corpo até a represa Guarapiranga, na zona sul da capital. Em seguida, utilizando combustível, ateou fogo no rosto e nos pés da vítima.
Participação dos acusados
A participação de Leandro Brasil se deu, de acordo com o MP-SP, no auxílio material a Carlos, ao ocultar e destruir parte do cadáver de Vitor.
Carlos teria chamado Leandro para ajudar no crime e o levado até um local conhecido como Cachoeirinha, onde esconderia o corpo de Vitor. Ambos foram ao lugar combinado e esconderam o corpo no interior de uma mata.
De acordo com o órgão, Leandro deixou o local, e Carlos cobriu o corpo com uma coberta, pôs uma marreta e pedaços de ferro sobre o material, ateando fogo no cadáver, que ficou parcialmente carbonizado.
A polícia encontrou o corpo no dia seguinte. Após exames necroscópicos, foi confirmado como causa da morte um tiro no coração.