A reconstituição da morte do funkeiro Daniel Pellegrine, o MC Daleste, acontece nesta quinta-feira (18), às 11h, em Campinas, onde ele foi assassinado há dez dias. A informação foi confirmada nesta terça-feira (16) pela SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo). Os policiais esperam obter detalhes de como ocorreu o crime. Segundo a Delegacia de Homicídios de Campinas, definir a trajetória da bala que matou Daleste é um dos pontos-chave da reconstituição. O funkeiro de 20 anos havia sido atingido por um tiro de raspão minutos antes do disparo que o matou. A polícia ainda não identificou o autor do tiro. Nesta segunda-feira (15), foi divulgado que o laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou que o cantor morreu de anemia aguda, por causa da quantidade de sangue que ele perdeu.O crimeO artista foi ferido menos de dez minutos após o começo do show que fazia, no último dia 6, em uma quermesse dentro de um conjunto habitacional na periferia de Campinas. Antes do tiro fatal, Daleste chegou a ser baleado de raspão na axila direita. Ao reparar que algo havia o atingido no braço, o funkeiro reclamou com a plateia. Mas, na hora,não desconfiou que fosse um tiro.Leia mais notícias de São Paulo Segundo o delegado de Homicídios de Campinas, Rui Pegolo, a primeira bala só deixou um arranhão. Por isso, o MC não entendeu o que estava acontecendo. — Acreditamos que ele imaginou que fosse uma pedra, já que ele se reporta ao público reclamando daquilo, pois se imaginasse que fosse um tiro, acreditamos que teria parado o show naquele momento.Depoimentos Mais de uma semana após a morte de Daleste, o crime ainda é um mistério. Até agora, testemunhas, amigos e parentes da vítima foram ouvidos. A polícia analisa fotos e vídeos feitos pelo público para tentar encontrar pistas do atirador. Por ora, a certeza é de que a morte do funkeiro foi premeditada e que a pessoa responsável entendia bem de disparo de arma de fogo. Conforme peritos de Campinas, o criminoso estaria em um local elevado, à esquerda do palco, a uma distância entre 20 e 30 metros. Dificilmente seria alguém da plateia. A polícia ainda não sabe qual arma foi usada. As cápsulas deflagradas não foram encontradas no local. A bala que atingiu o abdômen do funkeiro atravessou o corpo e saiu pelas costas. Somente um pequeno fragmento dela foi recuperado."Nunca fez nada de mau a ninguém", diz pai de funkeiro morto durante show A hipótese mais recente trabalhada durante a investigação do caso é de que a arma usada no assassinato seja de “calibre mais avantajado”.Linhas de investigação A polícia trabalha com, pelo menos, três linhas de investigação para tentar chegar ao assassino. Uma delas seria a de crime passional.Testemunhas disseram aos investigadores que o funkeiro teria se envolvido em uma briga em Campinas, um mês antes, por causa de uma moça. A hipótese é negada pela família da vítima. Daleste vivia há quatro anos com Érica Teixeira e, segundo ela, eram felizes e não havia motivos para traição.Outra hipótese investigada seria uma briga com os organizadores da quermesse em Campinas, o que também é negado pela família do MC. A terceira dá conta de que o assassino seria um policial. A possibilidade surgiu a partir da acusação de um amigo do cantor. MC Daleste estaria sendo extorquido por policiais militares, mas os parentes do cantor também rebatem a afirmação. Para Roland Pellegrine, pai do funkeiro, o filho foi executado por alguém que não suportava vê-lo vencer na vida. O jovem fazia uma média de 40 shows por mês e faturava cerca de R$ 200 mil. Daleste é o sexto funkeiro morto no Estado de São Paulo nos últimos três anos. Até hoje, nenhum caso foi esclarecido.Assista ao vídeo: