Reforço vacinal produz anticorpos contra a Covid em 99,7% dos casos
Resultado foi obtido em estudo realizado com 1.310 colaboradores do HCFMUSP. Em abril, com a 2ª dose, taxa de resposta foi de 89,5%
São Paulo|Isabelle Gandolphi, da Agência Record
Um estudo realizado com 1.310 colaboradores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) indicou 99,7% de soroconversão de anticorpos contra Sars-CoV-2 após a imunização com a terceira dose de vacina contra a Covid-19. Isso significa que o grupo estudado obteve quase 100% de resposta imune após completar todo o esquema vacinal recomendado.
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O grupo de funcionários do HCFMUSP era acompanhado desde o fim do ano passado e, a partir das avaliações realizadas ao longo desse período, levando em conta as etapas da campanha de vacinação, foi observada ainda uma evolução nas taxas de soroconversão do vírus.
Em novembro de 2021, antes da disponibilização das vacinas, a taxa de soroconversão de anticorpos no grupo estudado era de apenas 15,1% e exclusivamente relacionada ao contato da pessoa com o vírus.
Em fevereiro de 2021, após o mutirão para a aplicação da primeira dose de CoronaVac que ocorreu no HCFMUSP, houve um leve aumento da taxa para 28,9%. Em abril, no entanto, já com a segunda dose da vacina aplicada, foi alcançada a taxa de 89,5% de soroconversão e, por fim, em dezembro, 99,7% após a dose de reforço com o imunizante da Pfizer.
"Esse estudo claramente corrobora a importância de vacinar com as três doses recomendadas. As duas primeiras doses de CoronaVac já obtiveram resultados muito bons, com quase 90% de soroconversão. Com a terceira, chegou-se muito perto da totalidade, um dado extremamente animador que pode ter refletido na redução dos casos de internação por Covid-19 que temos observado na população vacinada", afirma Silvia Figueiredo Costa, infectologista do HCFMUSP e coordenadora do estudo.
O trabalho ainda sequenciou amostras de funcionários do grupo estudado que testaram positivo para Covid-19 ao longo da pesquisa e observou que, entre os meses de março e julho, houve predominância de infecções causadas pela variante Gama (março: 91%; abril: 98,5%; maio: 98,9%; junho: 100%; e julho: 88,5%).
A variante Delta começou a ser identificada também em julho entre funcionários do HCFMUSP, quando era 6,5% dos casos, e nos meses seguintes se tornou predominante (agosto: 79,8%; setembro: 97,4%; outubro e novembro: 100%).
"Diante do aumento de número de casos da variante Ômicron no mundo, é muito importante que a população receba a terceira dose da vacina que, neste momento, é a principal medida farmacológica disponível para conter a pandemia", alerta a médica.