Santo Amaro é a subprefeitura com mais reclamações por moradores
Ao todo, foram 499 contestações, de acordo com o relatório anual da Ouvidoria de São Paulo. Lista segue com Santana (573) e Pinheiros (474)
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7
“Eu já caí nesse buraco várias vezes. A criançada que brinca na rua, todos os dias, e cai também”, conta a fisioterapeuta Cleide dos Santos, de 43 anos, moradora do bairro Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Santo Amaro foi a Subprefeitura que mais recebeu reclamações por moradores no ano de 2018, com 499 chamados.
Feito com base nas reclamações não atendidas pelo canal 156 da Prefeitura, o relatório anual da Ouvidoria Geral do município informa que a lista segue com Santana (573) e Pinheiros (474). “Eu já reclamei para a Prefeitura, vieram e arrumaram um buraco, e deixaram o outro aí”, relata a moradora, que reside na rua Padre José de Anchieta.
A reportagem do R7 esteve no local e constatou diversos buracos espalhados pelas ruas e avenidas como rua São Nazário, Manduba, Leme do Prado, Conde de Itu, Carlos Campos e Santa Zoé. Inclusive em vias próximas à praça Floriano Peixoto, onde está a sede da Subprefeitura de Santo Amaro, há buracos. Procurada, a subprefeita, Janaina Lopes de Martini, não atendeu a reportagem — sua secretária disse que a mesma estava em reunião.
O relatório aponta também que a Subprefeitura de Santana é a segunda com o maior número de reclamações por moradores, com 573. Vinícius Rodrigues, funcionário público, de 32 anos, mora na região. Ele também acionou o 156 da Prefeitura para, desta vez, solicitar mais lixeiras para o bairro. “Você anda, anda e não tem onde jogar o lixo”, conta. Os pontos mais críticos, segundo ele, são no entorno do terminal de ônibus de Santana, como as ruas Doutor Gabriel Piza, Duarte Azevedo, Olavo Egídio e Doutor Zuquim.
A resposta dada pela funcionária que atendeu Rodrigues foi de que a solicitação seria enviada para o órgão responsável. “Não me disse, no entanto, uma previsão para a resposta, ou de que iam melhorar a situação, nada”, disse. “Até hoje, as ruas continuam sujas e descuidadas”.
Pinheiros é a terceira subprefeitura com o maior número de reclamações por moradores (474). “Eu acionei o 156 da Prefeitura para reclamar da limpeza de um escadão aqui do bairro, que vive sujo e com forte odor”, relatou o advogado Paulo Machado, que mora na Vila Madalena, na zona oeste paulistana. Ele está entre as 474 reclamações que a subprefeitura recebeu somente no ano passado.
Machado conta que até o fim do ano de 2017, o escadão, conhecido como Viela 2 e localizado na rua Paulistânia, era bem administrado pela subprefeitura. “Sempre foi iluminado, não tinha sujeira e nem mau cheiro”, disse. No entanto, no início de 2018, a região “ficou largada” pelo órgão municipal, segundo o advogado. “O mato começou a crescer, tinha muita sujeira espalhada pelas escadas, além de um odor muito forte”.
Em abril do ano passado, o advogado acionou o 156. “Na semana seguinte, os garis apareceram e limparam todo o escadão”, reconhece. “Mas, agora, está tudo a mesma coisa. Voltou a sujeira, o mato e o cheiro”. Machado diz que os funcionários responsáveis não mantêm uma frequência na limpeza do lugar. “Às vezes, passam meses sem varrer”, conta. A última limpeza no local foi no dia 18 de janeiro.
Outro lado
A Secretaria Municipal das Subprefeituras informou que entre janeiro e outubro, 198.253 mil buracos foram tapados em toda a cidade.
Em relação aos serviços em árvores, a pasta disse que no ano passado 89.668 árvores receberam poda, e outras 11.671 foram removidas. A pasta também pontuou que as equipes realizaram limpeza 154.329 vezes nas bocas de lobo e 31.638 vezes nos poços.
Por sua vez, os veículos abandonados funcionam da seguinte forma: após a denúncia, é afixada no automóvel uma notificação. Após cinco dias úteis, sem providências por parte do proprietário, o automóvel é considerado abandonado. Se depois deste prazo o carro permanecer na mesma situação, este é removido e encaminhado ao pátio da subprefeitura.
A prefeitura também disse que a comparação de demandas em relação ao número de residentes nos bairros não é devida, “já que as três regiões têm grande população flutuante, devido as característica como metrô, terminais de ônibus e centros de compras.”