Sindicato de empresas de ônibus quer antecipar para hoje decisão da Justiça sobre pagamento salarial
SPUrbanuss afirma que ofereceu 12,47% de reajuste a partir de outubro, mas categoria quer receber valor a partir de maio
São Paulo|Do R7
O SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) lamentou a paralisação de motoristas e cobradores nesta terça-feira (14). Segundo a entidade patronal, os trabalhadores "decidiram desrespeitar uma ordem judicial, que determinou a circulação de 80% da frota", e ela quer, agora, antecipar a decisão judicial sobre o pagamento do reajuste salarial à categoria.
"O SPUrbanuss vai encaminhar ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) pedido de antecipação do julgamento do dissídio, inicialmente previsto para ocorrer nesta quarta (15), para esta terça-feira para evitar novos transtornos aos passageiros no pico da tarde", informou em nota.
A greve começou à 0h e afeta 713 das 1.200 linhas que circulam por São Paulo. Apenas 487 operam normalmente. No entanto, de acordo com decisão da Justiça, 80% da frota deve estar em circulação nos horários de pico e 60% nos demais horários. Em caso de descumprimento, a multa diária é de R$ 50 mil.
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Segundo o sindicato patronal, "as negociações estavam em bom andamento, com reuniões e discussões que se estenderam até a noite do dia 13".
A categoria quer aumento de 12,47%, que é a reposição da inflação, valor que foi oferecido pelas empresas, mas não houve acordo com relação à data de pagamento. Agora o juiz do TRT deverá estabelecer se o reajuste salarial será pago a partir da data-base, que é maio, como querem os funcionários, ou se a partir de outubro, como defendem as empresas.
Demais benefícios, como fim da hora de almoço não remunerada, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), fim do desconto no vale-refeição em caso de atestado médico e melhorias no plano de saúde, deverão ser debatidos em outra oportunidade.
O presidente em exercício do Sindmotoristas (Sindicatos dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário Urbano), Valmir Santana da Paz, informou em nota: "A princípio, o setor patronal insistiu em oferecer apenas 10% de reajuste e ainda de modo parcelado. Agora, ofereceram os 12,47%, mas apenas a partir de outubro, o que é inadmissível”.
O julgamento do dissídio da greve estava agendado para esta quarta-feira, às 15h.