Os motoristas de ônibus municipais de São Paulo anunciaram a realização de uma greve a partir da zero hora desta terça-feira (14). O sindicato, no entanto, afirma que não fará uma paralisação generalizada devido à liminar judicial que garante o funcionamento de 80% da frota no horário de pico e 60% fora desse horário. A prefeitura suspendeu o rodízio na capital paulista até que a situação do transporte público seja normalizada, o que permite que veículos de passeio com placas de final 3 ou 4 circulem livremente. A entidade sindical não deu detalhes sobre quais linhas serão afetadas durante o dia. “Nós vamos fazer uma greve com responsabilidade. Estamos aqui estudando a forma”, afirmou ao R7 o presidente em exercício do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas de Ônibus), Valmir Santana da Paz, logo após a confirmação da greve. Em comunicado atualizado às 5h, a SPTrans lamentou a falta de entendimento entre empresários e a categoria e disse estar monitorando a movimentação da frota. Ao todo, 46 das 150 linhas operaram normalmente durante a madrugada. Doze linhas que iam até o Terminal Campo Limpo foram estendidas até a Estação Vila Sônia. No Terminal Campo Limpo, 12 linhas estão sendo estendidas até a Vila Sônia, onde é possível fazer integração com o Metrô. Já o terminal Grajaú, na zona sul da cidade, foi fechado por quase uma hora após manifestantes interromperem o fluxo de veículos com dois ônibus. Entre os pedidos dos trabalhadores estão reajuste salarial de 12,47% mais aumento real, fim da hora de almoço não remunerada, participação nos lucros (PLR), fim do desconto no vale-refeição quando os trabalhadores entregam atestado médico e melhorias no plano de saúde. A categoria ameaça entrar em greve desde a semana retrasada. O sindicato já havia marcado o protesto para a segunda-feira (6), mas adiou a paralisação em razão de avanço nas negociações com o sindicato patronal. Segundo o Sindmotoristas, o julgamento do díssidio (decisão judicial) relativo à greve e aos salários está agendado para esta quarta-feira (15), às 15h. As reuniões entre o sindicato, empresas e prefeitura são acompanhadas pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Segundo a Prefeitura de São Paulo, foi firmado compromisso de não haver nenhuma paralisação sem informação ao TRT antes. Com a paralisação anunciada, a prefeitura relembrou, em nota, que obteve decisão liminar para a manutenção de 80% da frota em operação nos horários de pico e 60% nos demais horários. Em caso de descumprimento, a pena de multa diária é de R$ 50 mil. "A liminar segue válida e a SPTrans espera que ela seja cumprida. A gestora irá monitorar a frota desde o início da operação", afirmou a empresa municipal, em nota. "A SPTrans continua acompanhando a negociação entre empresários e trabalhadores e espera uma breve resolução entre as partes, para que a população de São Paulo não seja penalizada", concluiu a administração.Relação de empresas com a operação paralisada em suas garagens: • Santa Brígida (zona norte); • Gato Preto (zona norte); • Sambaíba (zona norte); • Express (zona leste); • Viação Metrópole (zona leste); • Ambiental (zona leste); • Via Sudeste (zona sudeste); • Campo Belo (zona sul); • Viação Grajaú (zona sul); • Gatusa (zona sul); • KBPX (zona sul); • MobiBrasil (zona sul); • Viação Metrópole (zona sul); • Transppass (zona oeste); e • Gato Preto (zona oeste).Relação de empresas que estão operando normalmente: • Norte Buss (zona norte); • Spencer (zona norte); • Transunião (zona leste); • UPBUS (zona leste); • Pêssego (zona leste); • Allibus (zona leste); • Transunião (zona sudeste); • MoveBuss (zona leste); • A2 Transportes (zona sul); • Transwolff (zona sul); • Transcap (zona oeste); e • Alfa Rodobus (zona oeste).