Sistema Cantareira cai a 29,2% do volume e Sabesp retira menos água
Maior reservatório de SP está em alerta. Apesar disso, companhia afirma que até agora não prevê alteração na operação do sistema
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7
O sistema Cantareira, o maior reservatório de São Paulo, está em alerta e tem, nesta quinta-feira (7), 29,2% da capacidade total de armazenamento de água. Apesar do cenário atual, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não prevê alteração na operação do sistema, mas revela que está retirando menos água do manancial.
Segundo a companhia informou em nota, a captação é "atualmente de 23 m³/s, inferior ao limite máximo de 27 m³/s autorizado, o que é possível graças à integração com os demais sistemas".
O Cantareira permanece em alerta, de acordo com o boletim da ANA (Agência Nacional de Águas): “Pelo fato de o Sistema Cantareira ter apresentado, em 30 de setembro de 2021, 30,35% de seu volume útil, a faixa de operação a ser considerada para fins de definição das vazões a serem praticadas, no mês de outubro, será a Faixa 3 – Alerta”.
Leia também
Há uma escala para medir o volume útil dos reservatórios. O manancial apresenta estado normal quando o volume é igual ou superior a 60%; estado de atenção com o volume igual ou superior a 40% e inferior a 60%; em alerta quando o volume é superior a 30% e inferior a 40%; e em restrição com volume superior a 20% e inferior a 30%.
Isso acontece porque a ANA leva em consideração o nível do manancial no último dia do mês. Se a queda no armazenamento perdurar ao longo de outubro, é possível que o sistema Cantareira mude para a faixa de restrição, mais grave do que a atual.
Uma nova determinação ou a manutenção da atual só será divulgada pela ANA no último dia de outubro e valerá para todo o mês de novembro.
Mananciais
O Cantareira é um dos sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo. Ele é formado por cinco reservatórios (Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro). O índice atual de reservação é o pior dos últimos cinco anos.
Juntos, os sete mananciais totalizam 37,6% da capacidade para abastecimento da população, segundo dados da Sabesp. Apenas o sistema Rio Grande tem volume considerado normal, com 76,4%; o São Lourenço tem agora 52,8%; os outros mananciais – Rio Claro (35,6%), Alto Tietê (39,4%), Guarapiranga (45,5%) e Cotia (48,5%) – registram menos da metade da capacidade.
Para a Sabesp, com a integração entre os sete sistemas, não há risco de desabastecimento: "Esse sistema integrado permite transferências rotineiras de água entre regiões, conforme a necessidade operacional. Não há risco de desabastecimento neste momento, mas a companhia reforça a necessidade do uso consciente da água".
Ainda de acordo com a Sabesp, a projeção para a região metropolitana de São Paulo indica "níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada".
A empresa lembrou também que a queda no nível das represas é normal nesta época do ano devido ao período de estiagem e ao volume baixo de chuvas.