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SP já tem em 6 meses mais que o triplo de casos de dengue de 2020

Até 22 de junho, foram 6.408 registros da doença em toda a capital paulista, contra 2.009 casos ao longo do ano passado inteiro

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

Casos de dengue devem subir nos próximos dois anos
Casos de dengue devem subir nos próximos dois anos

A cidade de São Paulo já registrou, em menos de seis meses de 2021, mais que o triplo dos casos de dengue registrados no ano passado inteiro. Os dados são do último boletim epidemiológicos de arboviroses da prefeitura paulistana.

Até 22 de junho, data da última atualização da gestão municipal, foram 6.408 casos da doença na capital paulista. Em 2020, ao todo, foram 2.009 registros.

Uma das razões para o baixo número do ano passado – oito vezes inferior a 2019, com 16.966 casos – é o isolamento social realizado na pandemia de covid-19.

“O isolamento ajudou enquanto forma de manter as pessoas em casa. Não por evitar aglomeração, mas porque a movimentação das pessoas faria o vírus se disseminar em diversas regiões”, disse ao R7 o virologista Maurício Nogueira, ex-presidente da SBV (Sociedade Brasileira de Virologia). Segundo ele, o menor deslocamento de pessoas entre diferentes regiões do país interferiu para a baixa dos casos.


O que fez os registros voltarem a subir este ano, na avaliação de Nogueira, teriam sido as festas de fim de ano, de carnaval e a consequente movimentação das pessoas expostas a locais de foco do vírus.

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O virologista aponta também que o elevado número de casos de 2019 e a alta de 2021 estão ligados à aparição de uma nova variante, que, dentro de dois anos, deverá se espalhar pelo país e causar uma nova epidemia de dengue. “A epidemia que vimos [começar] em 2019, agora vai disseminar em 2021 e 2022, e começar a gerar casos Brasil afora”, afirmou.


Em nota enviada nesta terça-feira (6), a prefeitura justificou que o ano de 2020 não pode ser tomado como parâmetro de comparação sobre os casos de dengue. Veja o texto na íntegra:

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), informa que o ano de 2020 não pode ser utilizado como parâmetro para comparações dos casos da Dengue na capital. A pandemia, com o isolamento social, trouxe uma situação atípica de baixa circulação de pessoas, e queda acentuada no número de casos. A concentração de pessoas em suas residências, evitando a procura pelos serviços de Saúde, mesmo com possíveis sintomas, teve reflexo direto no número de notificações da doença (subnotificação). Contudo, quando comparado com outros anos epidêmicos, como por exemplo 2019, o ano de 2021, até o momento, tem menor número de casos.

Medidas de controle são realizadas rotineiramente. Entre elas: atividades casa a casa, avaliação de densidade larvária, bloqueio de criadouros, nebulização e ações em pontos estratégicos. Nas regiões com maior incidência de casos, são realizadas ações de intensificação, como, por exemplo, na Zona Norte, onde estão acontecendo ações casa a casa para identificação de possíveis criadouros, eliminação dos mesmos e conscientização dos munícipes sobre as medidas necessárias para evitar a proliferação do Aedes aegypti nas residências. Dados epidemiológicos mostram maior incidência nas regiões Norte e Leste. Segue balanço de dados de Dengue, Zika e Chikungunya.

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