SP: pico de internações por Covid-19 deve acontecer em três semanas
Previsão é do coordenador-executivo do Comitê Científico de Combate à Covid-19 do Estado de São Paulo, João Gabbardo
São Paulo|Do R7
O coordenador-executivo do Comitê Científico de Combate à Covid-19 do Estado de São Paulo, João Gabbardo, afirmou que o pico de internações pela doença no estado deve ocorrer em até três semanas. Com o avanço da variante Ômicron, a ocupação de leitos deve continuar a piorar nas próximas semanas, com uma situação "mais tranquila" em março, avaliou o coordenador.
"O comitê científico trabalha com a expectativa de que haverá piora por duas semanas, vai aumentar muito o número de casos. O nosso pico de internações e o uso de leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] devem ocorrer em três semanas, aí pelo dia 20 de fevereiro. [Então] vamos começar a reduzir a ocupação desses leitos e, em março, vamos estar em uma situação mais tranquila", disse Gabbardo, em entrevista à CNN, na manhã desta sexta-feira (28).
Mesmo com o cenário de aumento de internações, o coordenador descartou a necessidade de adoção de lockdown devido à alta disseminação da doença. Gabbardo justificou que não há risco de "desassistência", afirmando que São Paulo é capaz de aumentar o número de leitos à medida da necessidade. "Nós não vamos passar de 5.000 leitos para 15 leitos, até porque não seria necessário", disse, ressaltando que a expectativa do governo é que o número de internados fique em torno 6.000 pacientes.
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Sobre o aumento na taxa de ocupação dos leitos, que atualmente na Grande São Paulo é de 74,4%, o coordenador justificou que existe outro perfil de internados no estado. "O que acontece agora é que as pessoas estão internadas por outras razões, pelas situações clínicas delas, na cardiologia, na neurologia", disse.
"Quarenta por cento da população hoje apresenta teste positivo para Covid mesmo sem ter sintomas, e quando chega ao hospital, faz o teste e essa pessoa vai ter o teste positivo para Covid, então ela tem que ser deslocada para um leito de Covid, e vai aparecer como uma interação por Covid, porque efetivamente ela está com Covid, mas ela não está no hospital pelos sintomas da Covid, ela está no hospital por outras razões", justificou.
Vacina
Em incentivo à vacinação, o coordenador censurou aqueles que ainda não completaram o ciclo vacinal. "Quem ainda não tomou a dose de reforço está perdendo tempo, está fazendo uma aposta para ver quem chega primeiro ao hospital." Gabbardo também avaliou que a vacinação contra a Covid possa ser anual. "É bem provável que as pessoas uma vez por ano tomem uma vacina contra Covid, assim como a gente toma vacina contra influenza", disse. "Talvez não seja necessário em toda a população, talvez seja necessário só nos grupos de maior risco", considerou.