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Suposto urânio encomendado pelo PCC é pedra comum, aponta laudo

Segundo Ipen, não há risco à saúde. Relatório com análise radioativa foi encaminhado à Polícia de Guarulhos para inquérito

São Paulo|Do R7

Laudo revela que material apreendido como sendo urânio é pedra comum
Laudo revela que material apreendido como sendo urânio é pedra comum

O material apreendido como sendo urânio pela Polícia Civil de São Paulo, no dia 8, em Guarulhos, na região metropolitana, é uma rocha comum na natureza, não indica presença de material radioativo nem oferece nenhuma ameaça à saúde, segundo o laudo do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares).

Foi feita uma análise química semiquantitativa e um relatório de análise radiométrica nos laboratórios do Ipen, em São Paulo. As conclusões foram enviadas ao delegado José Marques, da delegacia de Guarulhos, responsável pela investigação.

"O material descrito não apresenta qualquer traço de produtos de decaimento de urânio nem de quaisquer outros materiais radioativos naturais ou artificiais com risco desprezível do ponto de vista de radioproteção", informou Demerval Leônidas Rodrigues, coordenador de Segurança Nuclear, Radiológica e Física do Ipen.

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Segundo o laudo, a rocha é composta de silício, alumínio, potássio, cálcio e ferro, comuns em rochas e solos. O material analisado é um fragmento de rocha de cor rósea e formato irregular. Uma parte foi triturada manualmente e o pó analisado sem nenhum tipo de preparação.


De acordo com o coordenador, todo material radioativo pertence à classe 7, na classificação da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre produtos químicos perigosos, que vai de 1 a 9. Mas a periculosidade depende de vários fatores e o principal é a atividade radioativa em "Becquerel” (Bq) do material.

De acordo com Rodrigues, os danos à saúde humana dependem da dose de radiação recebida por uma pessoa, taxas de exposição, distância do indivíduo em relação ao material e do tempo de permanência. 


A rocha apreendida apresentou taxas muito baixas, similares àquelas encontradas no meio ambiente. Por isso não foi preciso adotar nenhuma medida de proteção, como isolamento de área e do próprio material.

Rodrigues também afirmou que não existem riscos aos moradores que vivem próximos à residência onde o material foi apreendido. 


Material não oferece risco à saúde nem apresenta elementos radioativos na composição
Material não oferece risco à saúde nem apresenta elementos radioativos na composição

O caso

Cerca de 1 quilo do que seria urânio bruto, apreendido em Guarulhos, teria sido encomendado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Pedras foram encontradas em uma casa na Vila Barros. Dois homens foram presos no local.

De acordo com as investigações, a polícia chegou ao endereço após a denúncia de um comerciante do ramo de metais. O homem disse ter sido procurado pelos suspeitos interessados em vender urânio.

Investigadores do 3° DP de Guarulhos se passaram por compradores e combinaram um encontro com os suspeitos. Quando os agentes chegaram à residência, surpreenderam a dupla, que foi presa em flagrante.

Ainda segundo as investigações, os dois homens teriam recebido R$ 10 mil do PCC para trazer o metal de Roraima até São Paulo. De acordo com a polícia, o quilo do urânio bruto pode custar US$ 90 mil, o equivalente a R$ 423 mil.

A Polícia Federal assumiu o caso, já que a exploração de urânio no país é de responsabilidade da União. O metal apreendido foi recolhido pelo Ipen.

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