Termina o primeiro dia de julgamento de acusados de matar família carbonizada no ABC Paulista
Três testemunhas foram ouvidas e os três réus foram interrogados; o júri popular será retomado nesta terça a partir das 9h30
São Paulo|Do R7
Após mais de dez horas, o primeiro dia de julgamento de Anaflávia Martins Meneses Gonçalves, Carina Ramos de Abreu e Guilherme Ramos da Silva, acusados de participar da morte da família carbonizada no ABC paulista em 2020, foi encerrado por volta das 20h45 desta segunda-feira (12), no Fórum de Santo André.
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Os irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos tiveram o julgamento adiado para 21 de agosto. Esta é a sexta vez que isso acontece. De acordo com o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), o processo da dupla foi desmembrado.
Os cinco réus respondem por três homicídios triplamente qualificados (por motivo fútil, com emprego de meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas), roubo, ocultação de cadáver e associação criminosa.
Segundo o TJSP, os depoimentos de 14 testemunhas estavam previstos, porém apenas três foram ouvidas: o delegado responsável pela investigação, a avó de Anaflávia e uma vendedora do quiosque de Flaviana (uma das vítimas). As demais foram dispensadas.
No primeiro dia de júri popular, Anaflávia, Carina e Guilherme também foram interrogados. Nesta terça-feira (13), a sessão será retomada, às 9h30, para a fase dos debates entre o Ministério Público e a defesa dos reús. Em seguida, os sete jurados vão se reunir em uma sala secreta para a votação e, por fim, decidir o destino do trio.
Relembre o crime
A morte dos empresários Romuyuki Veras Gonçalves e Flaviana de Meneses Gonçalves e do filho deles, Juan Victor Gonçalves, de 15 anos, teve o envolvimento da filha do casal e da namorada dela. Anaflávia e Carina foram acusadas de planejar o assassinato da família.
De acordo com a polícia, as duas informaram aos outros três suspeitos que havia R$ 85 mil na casa e ajudaram o trio a entrar na residência. No dia do roubo, segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, eles não encontraram o dinheiro e, depois de ameaçar as vítimas, decidiram matá-las.
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Os corpos do casal e do adolescente foram colocados dentro do carro da família e levados a uma estrada de terra em São Bernardo do Campo. O veículo foi incendiado, e as vítimas, carbonizadas.
À Record TV, Carina Ramos admitiu ter participado do planejamento do assalto, mas não das mortes. Ela disse que a ex-namorada tinha arquitetado o crime. Já Ana Flávia afirmou ser inocente e que os assassinatos foram premeditados pela ex-companheira.
Segundo Ana Flávia, Carina a convenceu de que não aconteceria nada à família, a não ser uma simulação de assalto. Os irmãos também se sentiram enganados por Carina ao perceber que não havia dinheiro na casa: "Foi uma cilada que ela arranjou para nós, porque a intenção dela, na verdade, não era roubar o dinheiro, porque não tinha dinheiro; a intenção dela era matar eles".