Traficante brasileiro tinha rede de helicópteros para levar drogas
Suspeito preso pela PF é apontado como elo entre o grupo criminoso e o cartel mexicano Jalisco Nova Geração, um dos mais violentos do mundo
São Paulo|Thaís Furlan, Tony Chastinet e Marcela Larocca, da Record TV
Novas imagens e delações reforçam o enorme poderio de um fornecedor de drogas brasileiro que mantém relações com o cartel mexicano Jalisco Nova Geração, um dos mais violentos do mundo. O criminoso, Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, conhecido como Minotauro, tinha uma rede de pilotos de helicóptero altamente treinados para o transporte dos entorpecentes.
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Segundo as investigações, Minotauro transportava até quatro toneladas de cocaína pura por mês para São Paulo. No continente europeu, os traficantes pagam 35 mil euros pelo quilo da droga. Pelos cálculos das autoridades, o grupo criminoso comandado pelo brasileiro faturava mensalmente cerca de R$ 880 milhões.
Imagens da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguei revelaram o momento em que policiais invadiram o reduto do traficante brasileiro. Foram apreendidos 635 kg de drogas e muitas armas em uma fazenda na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero. Um suspeito foi preso.
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De acordo com a Polícia Federal brasileira, a propriedade era utilizada pelos traficantes para transportar toneladas de cocaína por helicópteros. As aeronaves pousavam em meio a canaviais no interior de São Paulo. Uma aeronave já foi apreendida e um piloto preso. A PF investiga o envolvimento de outros pilotos e helicópteros no esquema criminoso.
Pessoas que se disfarçavam de cortadores de cana faziam o desembarque das drogsa e colocavam os pacotes em carros. Os comboios seguiam para portos do Rio Grande do Norte e Pernambuco, de onde eram enviados para a Europa.
Prisões anteriores
A prisão de seis traficantes e apreensão de 90 kg de cocaína, em Vargem Grande Paulista, na Grande São Paulo, havia revelado ligações dos brasileiros com o cartel mexicano, criado em 2009 e que ganhou força após a prisão de El Chapo, apontado com o maior traficante do mundo até então. Na operação, foram detidos um brasileiro, um colombiano e quatro mexicanos.
No entanto, a justiça concedeu liberdade aos cinco estrangeiros por entender que não havia provas contra os suspeitos. Já o brasileiro Willian Jeferson de Carvalho foi condenado a 13 anos de prisão.