Trânsito por causa de viaduto faz paulistano ocupar ciclovias
Até motorista profissional passou a usar a bike depois do trânsito na avenida Faria Lima aumentar após desvios por conta de viaduto que cedeu
São Paulo|Márcio Neves, do R7
Em uma das principais avenidas de São Paulo um homem grita para o outro: "Tá maluco? Vai passar pela contramão?" O que podia ser mais uma discussão de trânsito era, na verdade, gritos de um ciclista para outro na ciclovia que corta a avenida Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
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O fluxo de bicicletas cresceu na região depois que a avenida virou uma das principais rotas alternativas indicadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) após um viaduto ceder e provocar o fechamento de parte da marginal Pinheiros, uma das principais vias da cidade.
"De bicicleta eu faço em 30 minutos um percurso que estava levando mais de 1 hora depois da queda do viaduto", diz a analista de suporte Ana Carolina.
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Ana mora em Pirituba e antes de optar pela bicicleta, fazia de ônibus o trajeto entre a Vila Olímpia e a estação Pinheiros da linha 9-Esmeralda da CPTM.
Segundo dados do contador de bicicletas instalado na avenida, o número nesta última segunda-feira (26) cresceu 22,5% em relação ao mesmo dia da semana antes do acidente com o viaduto, a segunda-feira de 5 de novembro.
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Para os motoristas que passam pela avenida Faria Lima, o aumento do tráfego que sempre tinha um fluxo intenso, principalmente no horário de pico, virou um pesadelo.
"Isso aqui está um inferno! Na última semana passei a demorar mais de 1 hora para um percurso que fazia em 30 minutos", diz a motorista e gerente financeira Renata Ribeiro Santana, enquanto aguardava em seu carro o congestionamento fluir.
Há também quem passou a recorrer a um aplicativo de transporte por bicicletas para fugir do trânsito e aproveitar para fazer outras tarefas enquanto um ciclista profissional conduz a bike, que é adaptada para levar um passageiro de maneira confortável.
"Ganhei meia hora na minha vida e a felicidade é quase absoluta", diz a jornalista Silvia Bassi, que aderiu e aprovou o sistema.
Quem trabalha o dia inteiro dirigindo um veículo também encontrou na bicicleta a solução para fugir do trânsito na região e chegar mais cedo em casa.
Givanilson Vicente é motorista profissional e depois de deixar o carro do patrão na garagem, passou a ir para a casa entre a região dos jardins e a estação de metrô Pinheiros, da linha 4-Amarela, de bike.
"O trânsito aumentou muito depois dos desvios para o viaduto virem aqui para a região, então decidi usar mais a bike, que usava antes só de vez em quando", disse Givanilson, com pressa para seguir sua viagem.
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