Universitária relata estupro dentro da estação Sacomã do metrô
Jovem afirma que foi seguida pelo homem por oito estações. Metrô diz que 'não medirá esforços para colaborar com a polícia durante as investigações'
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
Uma estudante universitária de 18 anos relata ter sido vítima de estupro dentro da estação Sacomã, da linha 2-Verde do metrô, no centro de São Paulo, no final da tarde desta quarta-feira (22).
O caso aconteceu em meio a diversos relatos de assédios e estupros compartilhados nas redes sociais por estudantes de faculdades e cursinhos universitários da região da Vila Mariana, na zona sul — próximas a estações da linha 1-Azul.
A jovem conta que chegou na estação para ir à faculdade e, enquanto estava na bilheteria, um homem branco, com cabelo negro e aproximadamente 1,8 metro de altura, se aproximou pedindo informações. Ela o ajudou, comprou o bilhete e seguiu para pegar o trem.
Enquanto aguardava na plataforma, o homem, que estava seguindo a estudante, a agarrou e puxou para o vão da escada da estação. “Quando dei por mim, ele estava em cima de mim, rasgando minha roupa, me xingando”, conta.
A estudante afirma que “minutos depois, ele percebeu que alguém estava descendo a escada ou vindo na nossa direção e me largou”. Ela conta que rapidamente colocou uma roupa que carregava na mochila e, quando chegou o trem, embarcou.
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Durante o percurso até a estação São Joaquim, da linha 1-Azul do metrô, onde desce para ir à faculdade, foi perseguida pelo homem. Inclusive durante a transferência entre linhas, na estação Ana Rosa.
Como o homem manteve certa distância na perseguição, ela afirma que conseguiu comunicar alguns amigos. Mesmo assim, quando chegou na estação São Joaquim, o homem ainda foi atrás dela até cerca de 50 metros da faculdade. No local ela recebeu apoio de amigos.
“Eu estou completamente abalada, parece que o ocorrido de ontem [quarta-feira] não passou de um pesadelo, porque ainda não consigo acreditar que tudo realmente aconteceu”, diz a jovem.
Na tarde desta quinta-feira (23), a estudante afirma que foi, juntamente com a mãe, na DDM (Delegacia da Mulher) no 16º DP (Vila Clementino) para registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do metrô disse que “não medirá esforços para colaborar com a polícia durante as investigações”.
Grupo de socorro
Depois de diversos relatos compartilhados nas redes sociais sobre casos de estupros e assédios próximo de estações das linhas 1-Azul e 2-Verde do metrô, mulheres criaram um grupo no WhatsApp para pedirem socorro e informar caso sofram alguma violência na região.
O grupo foi criado na última terça-feira (21), tem 257 mulheres participantes e já recebeu cerca de 10 relatos de casos de assédios ou estupros que acontecem nas proximidades das estações.