"Vamos reagir na forma da lei", diz Doria ao Ministério da Saúde
Governo de SP afirma que recebeu metade das doses previstas do imunizante da Pfizer, o que prejudica o avanço da vacinação
São Paulo|Do R7
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (5) que vai procurar a Justiça para que o estado receba as doses previstas do imunizante da Pfizer. Segundo o governo, apenas metade da remessa foi feita pelo Ministério da Saúde, o que prejudica o cronograma de vacinação contra covid-19.
"Quero rechaçar a manifestação do Ministério da Saúde, que quebra o protocolo republicano e retira vacinas de São Paulo de forma injusta e arbitrária. Nós vamos reagir na forma da lei para evitar que os paulistas ou quem vive no estado sejam prejudicados por uma medida sem fundamento", enfatizou Doria.
O estado espera receber as 228 mil doses faltantes para garantir a aplicação da segunda dose da Pfizer em quem já tomou a primeira do imunizante.
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O coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, ressaltou nesta quarta-feira (4) que, além de impactar no cronograma de vacinação do estado, o não recebimento das vacinas da Pfizer prejudica também as flexibilizações em atividades de comércio e serviço do Plano São Paulo, previstas para 17 de agosto.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde negou ter causado prejuízo ao estado de São Paulo na distribuição de vacinas contra a covid-19.
Segundo o secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, o envio é sempre definido em pautas entre o governo federal, as secretarias estaduais e as municipais, e que a última já era de conhecimento de todas as partes.
Cruz também disse que a pasta pretende que, uma vez terminada a imunização aos grupos prioritários, a distribuição ocorra de forma equânime.
“Agora, vai avançar de forma equânime para imunizar a população. Todos os estados se veem representados na discussão das pautas. Ela não é fechada pelo ministério; ela é proposta por nós, mas levada a discussão e pactuada, e aí sim é encaminhada. Não há de se falar em percentual fixo, porque avançamos na medida que avançamos no PNI”, destacou o secretário.
Ele disse ainda que já informou ao governo paulista que fará uma análise do pleito da gestão de Doria e disse estar aberto para ouvir as reivindicações.
Compensação
A secretária extraordinária da pasta, Rosana Leite de Melo, disse que “não é justo que determinados municípios vacinem com uma disparidade grande de faixas etárias. Precisamos diminuir a disparidade”.
“Como o Butantan é em São Paulo, eles podem fazer a retirada direta da CoronaVac. São Paulo deveria receber 620 mil doses, mas retiraram 678 mil. Em outra pauta, foram retiradas 271 mil doses, mas deveriam receber 178 mil. Fizemos agora uma compensação”, disse ela.
O governo de São Paulo classificou como "mentirosa" a afirmação de que ficou com mais doses da vacina do Instituto Butantan contra a covid-19, a CoronaVac.