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Varíola do macaco: secretário da Saúde diz que casos estão em queda no estado de SP

Sem previsão de início da vacinação, o Brasil tem 8.600 casos confirmados e ao menos sete mortes decorrentes da doença

São Paulo|

Além de São Paulo (2), também há registros no Rio de Janeiro (3) e em Minas Gerais (2)
Além de São Paulo (2), também há registros no Rio de Janeiro (3) e em Minas Gerais (2) Além de São Paulo (2), também há registros no Rio de Janeiro (3) e em Minas Gerais (2)

Embora o Governo de São Paulo tenha registrado as duas primeiras mortes por varíola do macaco no estado em um período de poucos dias, a última delas neste sábado (15), não há tendência de alta de casos. Pelo contrário, as ocorrências estão em queda já há alguns meses, reforçou o secretário da Saúde Jean Gorinchteyn.

Ao mesmo tempo, ainda não há previsão para o início da vacinação contra o vírus no país, o que poderia conter ainda mais a contaminação.

"Essas duas pessoas que infelizmente faleceram, por coincidência na mesma semana, eram jovens que tinham problemas na sua imunidade e que já estavam internados havia várias semanas", disse Gorinchteyn. Segundo ele, ambos os pacientes, um homem de 26 anos e outro de 36, receberam tratamento com antivirais na tentativa de diminuir a agressividade da doença, mas acabaram não resistindo.

Gorinchteyn afirmou que a ocorrência das duas mortes em um período de poucos dias não indica um agravamento da doença, uma vez que o número de casos está desacelerando já faz alguns meses. "Isso [a melhora no cenário] se deveu às ações que foram estabelecidas pela Secretaria de Estado da Saúde em conjunção com a Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde", disse o secretário.

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Ao todo, ele destaca que 93 hospitais estão disponíveis para o atendimento e o acolhimento de pacientes com suspeita ou confirmação de monkeypox. "Desses, 26 são maternidades, eventualmente pensando na presença de mulheres gestantes, de formas graves e que precisaram ser internadas", disse o secretário, que esteve presente em um seminário do Lide Saúde realizado nesta segunda-feira (17) em São Paulo.

Dados do Governo de São Paulo indicam que o estado registrou, até o momento, 3.900 casos de varíola do macaco, sendo apenas 18 deles na primeira semana deste mês. O número de diagnósticos positivos vem caindo de forma consistente desde o fim de julho, quando o estado chegou a notificar 500 casos em uma só semana.

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Mesmo com a melhora no cenário, Gorinchteyn reforçou a orientação à população de adotar medidas para se proteger contra a varíola do macaco, como evitar compartilhar roupas de cama, e de procurar atendimento médico ao notar o surgimento de lesões na pele. Conhecida internacionalmente como monkeypox, a varíola do macaco é uma doença causada por vírus e transmitida pelo contato próximo ou íntimo com uma pessoa infectada e suas lesões na pele.

No Brasil, há 8.600 casos confirmados de monkeypox, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no dia 14. Ao menos sete óbitos pela doença foram notificados no país. Além de São Paulo (2), também há registros no Rio de Janeiro (3) e em Minas Gerais (2). Em todos esses casos, as vítimas eram homens e tinham comorbidades e baixa imunidade, segundo as autoridades de saúde.

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Há um tendência de controle da varíola dos macacos, diz médico

Professor de pediatria e de infectologia da Santa Casa de São Paulo, o médico Marco Aurélio Sáfadi alerta que a transmissão sexual tem sido preponderante para a propagação do vírus. "Esse surto tem características peculiares, porque ele tem acometido, quase em sua totalidade, homens jovens e homens que fazem sexo com homens e que tenham um comportamento com múltiplos parceiros", relatou.

Com o entendimento desse perfil, as medidas de controle passaram a ser mais efetivas. "O que a gente está vendo no mundo inteiro é que, uma vez implementadas as medidas de comunicação, o reconhecimento da doença e a elaboração de estratégias, há uma tendência de controle", disse Sáfadi. Segundo ele, o cenário tende a melhorar ainda mais no Brasil com um eventual início da vacinação.

"O Brasil, curiosamente, é um país onde você tem, quando se compara com os europeus, uma proporção maior de mulheres e de crianças acometidas, o que talvez reflita um pouco a falta de uma comunicação assertiva por parte das autoridades sanitárias — dos mecanismos de transmissão e do que é importante conhecer sobre a doença — e a implementação das estratégias de prevenção. Outros países já fizeram uso da vacinação seletiva e dos grupos de maior risco", disse. Alguns exemplos são Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

Vacinas contra monkeypox ainda não chegaram a São Paulo

No início do mês, o Ministério da Saúde recebeu a primeira remessa de vacinas contra contra a monkeypox, com 9.800 unidades. O Brasil comprou aproximadamente 50 mil imunizantes via fundo rotatório da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Os próximos lotes devem ser entregues até o fim de 2022.

Por ora, como orienta a OMS (Organização Mundial da Saúde), os imunizantes serão utilizados para a realização de estudos. A pesquisa servirá para gerar "evidências sobre efetividade, imunogenicidade e segurança" da vacina contra a monkeypox e, dessa forma, orientar a decisão dos gestores, conforme o Ministério da Saúde.

De acordo com Jean Gorinchteyn, essas doses ainda não chegaram ao Estado de São Paulo. "Nós estamos aguardando o quantitativo que virá para São Paulo, lembrando que ele será destinado a centros de pesquisa. Nós não sabemos nem quais, nem o número [de vacinas]", disse o secretário.

Ele reforçou que é uma estratégia diferente da adotada para a vacinação contra a Covid-19, cujo foco foi ampliar ao máximo a cobertura vacinal. "Nesses estudos [haverá] a avaliação principalmente das pessoas que têm algum problema na sua imunidade, que foram contactantes ou que tenham risco de desenvolver formas graves ou fatais", explicou.

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