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Veja o que se sabe sobre a ex-universitária suspeita de desviar R$ 62 mil para ir à Disney

De acordo com a SSP, um inquérito policial foi instaurado pelo crime de apropriação indébita no 4° Distrito Policial da Consolação

São Paulo|Do R7

Suspeita fez um estágio de três meses da Disney
Suspeita fez um estágio de três meses da Disney

Uma ex-estudante do curso de arquitetura e urbanismo de uma universidade de São Paulo, de 24 anos, é investigada pela Polícia Civil pelo desvio de R$ 62 mil em 2022 para ir à Disney. Ela era tesoureira da InterFAU, uma competição esportiva que reúne sete atléticas de instituições de ensino superior.

A advogada Simone Haidamus, representante dos alunos lesados, contou que, em setembro do ano passado, durante a mudança da gestão da atlética, foi descoberto o desfalque no caixa da InterFAU. 

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Ao longo do ano, as atléticas conseguem arrecadar dinheiro para promover a competição — que acontece uma vez por ano — por meio da venda de ingressos de festas, peças de roupa e canecas com estampa das universidades.

Na época, questionada sobre o destino dos R$ 62 mil, a ex-aluna apresentava respostas evasivas. Após algumas reuniões, ela chegou a confessar que a quantia estava em sua conta bancária pessoal. 


Haidamus explicou que a InterFAU possui uma conta jurídica e CNPJ próprio. Entretanto, ao vender os itens da universidade, a jovem investigada por apropriação indébita informava os dados do Pix da conta pessoal.

Ela alegava que os bancos cobravam taxas altas para a conta jurídica ou que a conta da atlética estava bloqueada, de acordo com a advogada. "As pessoas achavam normal porque ela era uma amiga, uma pessoa conhecida", afirma.


Além do desfalque no caixa, as entidades vêm recebendo cobrança de fornecedores e prestadores de serviços em relação à competição do ano passado, por isso a dívida pode ser maior ainda. 

Viagem à Disney

No fim de 2022, a jovem de 24 anos viajou à Orlando, nos Estados Unidos, para realizar um estágio de três meses na Disney. Antes de embarcar, a presidente da atlética entrou em contato com ela diversas vezes para tentar resolver de forma pacífica a situação. Segundo a advogada informou, foi oferecida a possibilidade do pagamento da dívida de forma parcelada. 

Apesar das tentativas, ela viajou ao exterior e retornou apenas em março deste ano, quando cortou completamente o contato com os colegas da universidade. 

No mesmo mês, o pai da menina — que também é advogado — compareceu a uma reunião da atlética para tentar novo acordo. Ele pediu a assinatura de um recibo do pagamento da dívida antes de devolver a quantia à entidade — o que não foi aceito pelos alunos. 

Cansada das diversas tentativas de negociação, na segunda-feira (24), Haidamus entrou com um pedido de abertura de inquérito policial. Nesta semana, os estudantes devem prestar depoimento.

"O 4º Distrito Policial (Consolação) instaurou inquérito e intimou as partes envolvidas e testemunhas para prestar esclarecimento sobre os fatos. Outros detalhes serão preservados para garantir a autonomia das investigações", informou a Secretaria de Segurança Pública.

Outro lado

A universidade, onde a investigada cursava arquitetura e urbanismo, informou que ela "não fez matrícula para o segundo semestre letivo. Portanto, não mantém vínculo ativo com nossa instituição". 

A instituição também informou que "não tem responsabilidade sobre a organização e realização do evento InterFau.

Questionada sobre o custeio da viagem à Disney e o destino dos R$ 62 mil, a defesa da jovem não deu nenhuma resposta até a publicação desta reportagem.

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