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Veja o que se sabe sobre o ataque a tiros feito por um adolescente em escolas no ES

Polícia investiga motivação e se outras pessoas participaram da ação. Três professoras e uma adolescente morreram

São Paulo|Do R7

Adolescente armado em escola em Aracruz
Adolescente armado em escola em Aracruz

A ação do adolescente que invadiu duas escolas em Aracruz (ES), matou quatro pessoas e deixou outras 12 feridas na última semana, ainda deixa lacunas que são alvo de apuração. O caso é investigado pela polícia do Espírito Santo, que busca entender se o jovem teve ajuda para o massacre, como teve acesso às armas e ferramentas como um alicate para cortar cadeado e sua motivação, entre outras coisas.

Veja o que já se sabe sobre o caso.

Como foi o ataque?

Às 9h de sexta-feira (25), o jovem conseguiu quebrar um cadeado e entrou armado na escola Primo Bitti, onde já havia estudado. Ele usava roupa camuflada e um bracelete com uma suástica. Segundo a polícia, ele utilizou também um alicate próprio para operações policiais.

Uma vez dentro, o rapaz foi até a sala dos professores e fez disparos. Três dos docentes atingidos morreram. Na segunda escola, o jovem atirou contra estudantes e matou uma adolescente de 12 anos.


Para a ação, ele usou o carro do pai, uma Renault Duster dourada com as placas cobertas. A polícia prontamente o identificou, no entanto, e efetuou a detenção no início da tarde em uma residência da família.

Acesso às armas

O menino usou uma pistola .40 e um revólver calibre 38 utilizados pelo pai, que é policial. Após o ataque, o servidor foi afastado de suas funções na Polícia Militar do Espírito Santo.


Uma das armas era pessoal e a outra era cedida pela corporação. Em entrevista à Record TV, o pai afirmou que o ataque surpreendeu a família e que o rapaz nunca teria pegado suas armas.

O jovem teve acesso às armas para o ataque, no entanto, e afirma que treinava na ausência do pai. Elas ficariam guardadas em um armário, sendo que uma delas ficaria trancada. A Polícia Militar já abriu um processo disciplinar contra o pai para entender como esse acesso ocorreu e as responsabildiades do agente.


Qual a motivação

Tanto o jovem, em depoimento, como os pais afirmam que ele foi alvo de bullying no passado. O adolescente disse ainda que queria se vingar. No entanto, a polícia ainda investiga se essa foi realmente a motivação.

Entre os vários aspectos analisados estão a saúde mental do jovem e possível ligação com pessoas e grupos que tenham incentivado a realização do massacre. Para isso, investigadores analisam mensagens trocadas pelo atirador por celular e computador e outras possíveis ligações que ele tenha pela internet com grupos neonazistas.

Quem são as vítimas?

Pelo menos quatro pessoas tinham morrido e cinco continuavam internadas em estado grave até segunda-feira (28), entre elas uma adolescente de 14 anos, baleada na cabeça. As primeiras vítimas que morreram foram as professoras Cybelle Passos Lara, de 45 anos, e Maria da Penha Pereira, de 48. No sábado (26), a professora Flávia Amboss Leonardo, de 36, também morreu após ficar internada por um dia. A aluna assassinada foi Selena Sagrillo Zuccolotto, de 12 anos.

Quais as possíveis punições?

A polícia ainda apura se outras pessoas poderiam ter participado da ação do atirador, ofertando meios para a ação, como o alicate especial utilizado, ou se ele teria agido inteiramente por conta própria, como alega. Caso um adulto tenha eventualmente participado, poderá ser considerado cúmplice de homicídio e levado a julgamento.

Em razão de o adolescente ter 16 anos e não ter alcançado a maioridade penal, obtida aos 18 anos, ele será submetido a medidas previstas pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), como internações em unidades de atendimento socioeducativo, por exemplo. Um juiz da área da Infância e Juventude vai deliberar sobre o caso.

Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), "em alguns casos, as medidas socioeducativas podem ser aplicadas até o limite de 21 anos. Isso acontece em situações excepcionais quando um adolescente perto dos 18 anos comete um ato infracional”.

O caso será avaliado pelo Judiciário após a finalização do trabalho da polícia.

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