Vítimas da tragédia em baile funk de Paraisópolis (SP) são veladas
Familiares dos jovens que morreram durante um baile funk estão no IML Sul e Central para liberar corpos. Quatro vítimas já são veladas
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7
Os corpos dos nove mortos durante um baile funk em Paraisópolis neste domingo (1º) foram levados para o IML (Instituto Médico Legal) das zonas sul e centro de São Paulo. A princípio, as vítimas teriam sido pisoteadas durante um tumulto após a chegada da Polícia Militar. Para liberação dos corpos, familiares das vítimas têm de ir ao local com a documentação necessária. Ao menos quatro vítimas já foram encaminhadas para os velórios.
A tragédia deixou nove mortos:
- Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16 anos
- Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos
- Mateus dos Santos Costa, 23 anos
- Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos
- Dennys Guilherme dos Santos Franco, 16 anos
- Luara Victoria de Oliveira, 18 anos
- Gustavo Cruz Xavier, 14 anos
- Gabriel Rogério de Moraes, 20 anos
O corpo de Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos, é velado no cemitério Chora Menino, na zona norte da capital. A previsão é de que ele seja enterrado após as 14h no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha.
Leia mais: Confusão em baile funk termina com nove mortos em Paraisópolis
Segundo a vendedora Maria Cristina Quirino Portugal, mãe de Denys Henrique Quirino, ele havia saído para trabalhar na tarde de sábado (30) e até a manhã do domingo (1º) não havia dado notícia. Mas o hospital telefonou informando sobre a morte do jovem emum tumulto no baile funk de Paraisópolis.
Moradora do Limão, na zona norte, onde vive com os quatro filhos, Maria Cristina não entendeu como o filho foi parar tão longe de casa. Ela acredita que era a primeira vez que o filho, que era auxiliar de serviços gerais em uma loja de tapetes, tinha ido a esse baile.
Veja também: O que é o 'Baile da 17', pancadão em Paraisópolis onde 9 jovens morreram pisoteados
Também o adolescente Gustavo Cruz Xavier, de 14 anos, é velado no cemitério Parque dos Ipês, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O enterro será no mesmo local às 16h30. Ele era morador de uma comunidade próxima a Paraisópolis.
O corpo de Gabriel Rogério de Moraes, de 20 anos, já foi liberado do IML central e será velado a partir das 10h30 no cemitério da Saudade, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
Leia mais: Polícia vai ouvir testemunhas e vítimas do tumulto em baile funk
Já o velório de Dennys Guilherme dos Santos Franco, de 16 anos que estava no IML central, será no Cemitério da Vila Formosa, na zona leste da capital. Segundo o irmão Danilo Franco, Dennys foi com três amigos ao baile: "não tava fazendo nada demais, foram se divertir, não fizeram nada demais, ele estudava e trabalhava". O adolescente era morador da Vila Matilde, zona leste, e era jovem aprendiz numa empresa de telemarketing. De acordo com o irmão, ele "gostava de jogar bola".
Dos 12 feridos que foram levados para atendimento médico após a ação policial na comunidade de Paraisópolis, apenas um permanece internado nesta segunda-feira (2).
Ação PM
Segundo a versão oficial, policiais militares perseguiam dois suspeitos em uma motocicleta quando entraram no local onde ocorria a festa, com cerca de 5 mil pessoas. Havia seis motocicletas da PM estacionadas na altura da Avenida Hebe Camargo, na zona sul, para reforçar o patrulhamento da região por causa do baile funk.
Leia mais: 'Ele estava no local errado, na hora errada', diz mãe de jovem morto
Por volta das cinco horas da manhã, passou pelo local uma outra moto com dois suspeitos, que dispararam contra os agentes de segurança e fugiram em direção a Paraisópolis. Os policiais, então, perseguiram a dupla, de acordo com o registro policial.
Ao chegar à comunidade, os policiais afirmam que teve início o tumulto e os suspeitos se esconderam na multidão. Isso causou pânico e fez com que participantes da festa tropeçassem e se machucassem gravemente. Entre os noves mortos, estão três adolescentes e uma mulher.
Veja também: Vídeos mostram confusão com PMs em baile funk
O ouvidor das Polícias de São Paulo, Benedito Mariano, afirmou na noite deste domingo (1º) que pediu para a Corregedoria da Polícia Militar assumir a investigação das 9 mortes. O ouvidor também vai solicitar os laudos de necropsia para verificar a causa das mortes.