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Anvisa aprova antibiótico contra superbactéria comum em hospitais

Superbactéria KPC é resistente a 95% dos medicamentos, sendo responsável por aumentar índice de morte entre os pacientes

Saúde|Gabriela Lisbôa, do R7

Superbactéria existe em ambiente hospitalar e pode causar infecções
Superbactéria existe em ambiente hospitalar e pode causar infecções

Existe uma quantidade quase infinita de bactérias no mundo, segundo os especialistas. Algumas podem nos fazer bem, outras são responsáveis por doenças e epidemias. Entre elas, existe um grupo chamado de superbactérias, que são resistentes a um número muito grande de medicamentos.

A resistência bacteriana é considerada uma das principais ameaças à saúde global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano, cerca de 700 mil pessoas morrem por causa dessas superbactérias. A previsão é que esse número suba para 10 milhões de mortes até 2050.

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Entre as superbactérias está a Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase (KPC). Ela existe há muito tempo, mas, a partir do início dos anos 2000, desenvolveu um gene de resistência, o que passou a dificultar muito o tratamento. Hoje, a KPC é resistente a cerca de 95% dos antibióticos ou antimicrobianos existentes no mercado.


É contra esta bactéria que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento. O Torgena é o primeiro antibiótico específico para o combate desta bactéria. Ele é uma combinação do antibiótico ceftazidima com o avibactam, molécula que confere ao produto maior eficácia sobre a KPC e outras bactérias multirresistentes.

A diretora médica do Laboratório de Microbiologia do Hospital das Clínicas da USP, Flávia Rossi, explica que esta superbactéria é um problema que afeta praticamente todos os hospitais do Brasil.


“Ela vive em ambiente hospitalar e possui uma resistência muito alta. Para impedir que ela contamine os pacientes é preciso a colaboração de toda a equipe, desde a higienização das mãos e dos locais até um número suficiente de profissionais para o cuidado de cada paciente e um processo ágil de diagnóstico, capaz de identificar o mais rápido possível a presença desta bactéria”.

De acordo com a especialista, a KPC pode causar qualquer tipo de infecção: urinária, na pele, no sangue ou em algum órgão.


“Como a KPC é resistente aos antibióticos, é muito difícil tratar o paciente infectado, por isso a mortalidade é muito alta, principalmente entre os pacientes mais graves e os imunodeprimidos, que são aquelas pessoas que possuem um sistema imunológico debilitado, como transplantados e portadores de HIV”.

Para Flávia Rossi, o fato de a Anvisa ter aprovado o uso de um antibiótico que apresenta eficácia contra esta superbactéria vai salvar muitas vidas.

“A KPC está se espalhando de forma muito agressiva e ter um medicamento eficaz contra ela significa uma nova possibilidade terapêutica”.

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