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Ar de SP tem altas concentrações de material particulado; saiba os riscos para a saúde

Poluição é associada ao agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares

Saúde|Fernando Mellis, do R7


Material particulado é um risco até mesmo em exposições por curtos períodos RENATO S. CERQUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 09.09.2024

A poluição no ar em São Paulo se tornou ainda mais evidente nos últimos dias, com a região metropolitana envolta em uma névoa seca que impede até mesmo que vejamos o céu azul. As condições do tempo fazem com que uma série de poluentes não se dissipe, representando um risco à saúde.

Nesta terça-feira (10), a cidade de São Paulo registra uma concentração de MP2.5 (material particulado com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros) 14 vezes maior do que o limite máximo estabelecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O Conselho de Recursos do Ar da Califórnia afirma que o MP “não é um poluente único, mas sim uma mistura de muitas espécies químicas”.

“É uma mistura complexa de sólidos e aerossóis composta de pequenas gotículas de líquido, fragmentos sólidos secos e núcleos sólidos com revestimentos líquidos. As partículas variam amplamente em tamanho, forma e composição química e podem conter íons inorgânicos, compostos metálicos, carbono elementar, compostos orgânicos e compostos da crosta terrestre.”


Um artigo publicado em junho do ano passado na revista científica Current Problems in Cardiology ressalta que essas partículas podem entrar com muita facilidade nos pulmões e alcançar o sistema cardiovascular, sendo relacionadas a uma série de problemas de saúde.

Os cientistas enfatizam que a exposição prolongada ao MP2.5 está fortemente associada a um aumento nos riscos de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.


A poluição do ar é descrita como responsável por cerca de 9 milhões de mortes em todo o mundo no ano de 2019, sendo que 61,9% delas foram causadas por doenças cardiovasculares.

O MP10 (material particulado com diâmetro inferior a 10 micrômetro) também está presente no ar de São Paulo em quantidades acima das recomendadas.


Segundo a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos), essas partículas podem agravar quadros de asma, causar dificuldade para respirar, irritar as vias aéreas, provocando tosse, por exemplo, além de diminuir a capacidade dos pulmões.

Tanto o MP2.5 quanto o MP10 podem causar problemas de saúde em um período curto de exposição (24 horas), especialmente em crianças e idosos.

O ar de São Paulo possui ainda outros poluentes, embora em concentrações menores. O ozônio é responsável, também, por irritar as vias aéreas e causar problemas respiratórios, acimo como o dióxido de nitrogênio. Já o dióxido de enxofre é associado a quadros de irritação nos olhos.

Como se proteger

Diante de um cenário como o atual, é fundamental evitar ao máximo a exposição ao material particulado.

Algumas medidas podem ser úteis:

  • Use máscaras do tipo N95/PFF2, que são mais adequadas para filtrar partículas finas;
  • mantenha as janelas fechadas, especialmente durante o dia;
  • se possível, utilize purificadores de ar com filtros HEPA em ambiente doméstico;
  • evite áreas de tráfego intenso de veículos;
  • não pratique atividades físicas ao ar livre, principalmente entre 10h e 16h;

Além disso, beber bastante água, lavar as narinas com soro fisiológico e utilizar colírio ajuda a aliviar o desconforto imediato causado pela poluição.

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