Bebida com metanol: sabor e sintomas de ressaca dificultam diagnóstico de intoxicação

O estado de São Paulo registrou a terceira morte por intoxicação com metanol, nesta segunda-feira (29). Dois dos óbitos foram confirmados em São Bernardo do Campo e outro na capital paulista. Todas as vítimas consumiram bebidas alcoólicas adulteradas, o que levou à intensificação das ações de fiscalização pela Polícia Civil e órgãos reguladores.

Eventos como happy hour e outras comemorações são normalmente regados a álcool, e a atenção deve ser redobrada com o aumento de casos de intoxicação. Ramon Andrade de Mello, médico clínico-geral, explica que o sabor similar ao etanol e os sintomas parecidos a uma ressaca comum dificultam o diagnóstico.

Em entrevista ao Jornal da Record News, o especialista aponta que a primeira etapa é a metabolização da substância no fígado, que libera metabólicos ativos que podem chegar aos pulmões e causar insuficiência respiratória, além de pressão baixa, alterações visuais e mentais, náuseas, tontura e vômito.

“É preciso, de certa forma, separar o joio do trigo nesse momento até que se encontre aquele limite de até quando essa embriaguez possa ser diferenciada pelo metanol. [...] Você foi num barzinho, tomou uma caipirinha, um drink e começou com vômitos, tontura, não está enxergando, procure o mais rápido possível atendimento médico no hospital”, afirma.

Segundo Mello, é importante ter um diagnóstico precoce com uma equipe de profissionais competentes para seguir o protocolo de tratamento, que vai depender do grau de acometimento e do quadro clínico de cada paciente.

“Num hospital, a gente tem esse suporte de hemodiálise, tem suporte de UTI. Se houver alguma instabilidade hemodinâmica, vão ser administradas drogas vasoativas que podem tentar controlar aquela baixa da pressão arterial”, completa.

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