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Brasil aplica mais doses que países onde vacinação começou antes

Entenda por que campanha de imunização contra covid-19 brasileira está caminhando mais rápido do que outras

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Após vacinar profissionais de saúde, estados começam agora imunização de idosos
Após vacinar profissionais de saúde, estados começam agora imunização de idosos

Ao ultrapassar a marca de 2 milhões de doses de vacinas contra covid-19 aplicadas em menos de duas semanas, o Brasil passa à frente de países que começaram suas campanhas de imunização semanas antes.

Mais de 2,12 milhões de pessoas já receberam a primeira dose de uma das vacinas contra covid-19 no Brasil (Oxford/AstraZeneca ou CoronaVac), segundo o site Our World in Data.

Em números absolutos, isso representa mais vacinas que a Itália (2,03 milhões), onde as primeiras doses foram aplicadas em 27 de dezembro.

O Canadá iniciou a imunização em 14 de dezembro, mas havia administrado 937,3 mil doses até 29 de janeiro.


Na América Latina, o México foi o primeiro país com vacinação contra a covid-19, em 24 de dezembro, e usou até agora pouco mais de 670 mil doses.

A data foi a mesma que o Chile começou a vacinar, mas o país só utilizou cerca de 67 mil doses.


A Argentina também foi um dos primeiros países a iniciar a imunização na América Latina, em 29 de dezembro. Entretanto, tem 366,3 mil doses aplicadas desde então.

O Brasil também está na frente em número de doses da França (1,53 milhão), Rússia (1 milhão), e Indonésia (515,6 mil).


Os Estados Unidos continuam a ser o país que mais aplicou doses até agora: 32,22 milhões. Em seguida, aparecem, China (24 milhões), Reino Unido (9,79 milhões), Israel (4,99 milhões), Índia (3,95 milhões), Emirados Árabes Unidos (3,44 milhões) e Alemanha (2,47 milhões).

Para a ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações) Carla Domingues, é possível, inclusive, que o Brasil já tenha vacinado até mais do que os 2,12 milhões que aparecem.

Com o que já foi ou está sendo disponibilizado da CoronaVac e da vacina Oxford/AstraZeneca, o Brasil tem doses para vacinar cerca de 7,4 milhões de pessoas.

"Pela capacidade do Brasil, a minha avaliação é de que já foram vacinados muito mais do que esses 2 milhões. A dificuldade é fazer esse registro. Tem que fazer e colocar manualmente em um sistema de informações todos os dados. As equipes devem estar priorizando neste momento a vacinação, não o registro."

Carla ressalta que nenhuma outra campanha de vacinação exigiu tantos dados das pessoas. Isto porque cada pessoa precisa receber duas doses do mesmo imunizante em intervalos diferentes.

"Nós temos que fazer isso [registro detalhado] porque são duas doses, elas não são intercambiáveis, têm prazos diferentes de aplicação. As pessoas perdem a carteira de vacinação. Muitas não vão lembrar qual vacina tomaram."

A disponibilidade de vacinas também é outro gargalo enfrentado, não apenas pelo Brasil, mas por todos os países.

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) aguarda a chegada ainda sem data definida de matéria-prima vinda da China para começar a produzir a vacina da AstraZeneca em Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro. A previsão é para 100,4 milhões de doses ainda neste semestre.

Em paralelo, o consórcio internacional Covax Facility anunciou no último sábado (30) que enviará a partir do dia 15 os primeiros lotes da vacina Oxford/AstraZeneca contratados pelo Brasil: entre 10 milhões e 14 milhões de doses.

O Instituto Butantan, que está produzindo a CoronaVac, receberá nesta semana e na próxima insumos necessários para o envase de 17,3 milhões de doses do imunizante.

Estas doses da CoronaVac e Oxford/AstraZeneca serão fundamentais para a vacinação do grupo mais crítico para a covid-19: os idosos.

O Ministério da Saúde calcula que 21 milhões de pessoas entre 60 e 74 anos façam parte do segundo grupo prioritário nesta vacinação, sendo necessários mais de 42 milhões de doses para imunizá-los.

O primeiro inclui cerca de 14 milhões de indivíduos e consiste em trabalhadores da saúde, idosos acima de 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.

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