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Brasil estuda aumentar preço de cigarro em 50% para evitar mortes

País gasta R$ 56,9 bilhões com despesas médicas ligadas ao tabagismo

Saúde|Do R7

Hoje, 12,6% de mortes no Brasil são atribuídas ao tabagismo
Hoje, 12,6% de mortes no Brasil são atribuídas ao tabagismo Hoje, 12,6% de mortes no Brasil são atribuídas ao tabagismo

O governo federal estuda aumentar o preço do cigarro para evitar mortes. A declaração foi feita pelo ministro da saúde, Ricardo Barros, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (29), data em que é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Questionado se a medida também aumentaria o contrabando de cigarros no País, o ministro foi enfático:

— Entre 30% e 40% do cigarro no Brasil é contrabandeado, sob os quais não temos controle de qualidade e matam tanto quanto os convencionais. Se aumenta o preço, aumenta o contrabando e, inclusive, é um dos argumentos da indústria. Inevitavelmente isso vai acontecer, mas é um dos problemas que temos que enfrentar também. Sou totalmente favorável [ao aumento dos preços].

Se o valor do cigarro aumentasse em 50%, seria possível evitar 136.482 mil mortes, 507.451 infartos do miocárdio, 100.365 AVCs (Acidente Vascular Cerebral) e 64.383 novos cânceres em dez anos. O Ministério da Saúde acredita que esses impactos seriam possíveis porque quem fuma mais é a população de menor renda.

Ainda segundo o ministério, R$ 56,9 bilhões é o custo para o Brasil com despesas médicas e perda de produtividade ligadas ao tabagismo, sendo R$ 39 bilhões apenas com o SUS (Sistema Único de Saúde). O total de gastos com o cigarro representa 1% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

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A frequência de fumantes é maior na faixa etária dos 55 aos 64 anos. Atualmente no Brasil, 12,6% das mortes são atribuídas ao tabagismo, sendo que 428 pessoas morrem por dia por causa do cigarro. O tabagismo também é responsável por 78% dos cânceres de pulmão.

Menos fumantes

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Nos últimos 10 anos, houve redução de 35% no número de usuários de produtos derivados do tabaco. Salvador é a cidade brasileira com menor prevalência do cigarro (5%), enquanto Curitiba tem o maior percentual de fumantes (14%).

Entre as principais medidas adotadas no programa de combate ao cigarro do Ministério da Saúde se destacam a política dos preços mínimos, a proibição da propaganda comercial e, em 2014, a proibição de fumo em locais fechados. Brasil é um dos oito países reconhecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) por atingir metas para combate e prevenção ao tabaco. Como parte da política de combate ao tabagismo, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece tratamento grátis para os fumantes nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

A experimentação entre a adolescentes diminuiu, mas ainda é alta. Por isso, o próximo passo da campanha contra o cigarro é a proibição de substâncias aditivas no cigarro. Por isso, o Ministério da Saúde e o INCA (Instituto Nacional de Câncer) se mantêm a favor da proibição de aditivos em cigarros que facilitam a iniciação de jovens ao tabagismo, afirma Barros.

— Precisamos atuar para evitar que principalmente os jovens façam uso do tabaco.

O fumo passivo também mata. Em 2013, o tabagismo passivo foi a terceira causa de morte evitável. A primeira é o tabagismo ativo e a segunda, o consumo excessivo de álcool. O tabagismo passivo pode levar ao aumento do risco de câncer de pulmão, infarto e outras doenças graves e fatais. Em 2015, foram registrados 17.972 óbitos atribuídos ao tabaco. Neste período, houve 42% de diminuição do fumo passivo em ambiente familiar.

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