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Chá de boldo é um método caseiro eficaz contra o novo coronavírus?

Pesquisas no Google sobre como ‘boldo cura coronavírus’ aumentaram nos últimos dias, mas não existe comprovação da eficácia da planta

Saúde|Aline Chalet, do R7*

Chá de boldo e outros tratamentos fitoterápicos não são eficazes para a covid-19
Chá de boldo e outros tratamentos fitoterápicos não são eficazes para a covid-19

Os termos de pesquisa "boldo" e "chá de boldo" associado à covid-19 ou coronavírus teve um aumento repentino nas buscas do Google nos últimos dias. As pessoas buscam na internet uma cura caseira ou uma forma de amenizar os sintomas da doença.

"Não foi realizado nenhum teste para avaliar o efeito do chá de boldo no tratamento e prevenção da covid-19", afirma o infectologista Luís Fernando Waib, da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

Essas plantas são conhecidas na medicina popular, mas não há estudos que indiquem a possibilidade de uso de chás para combater a pandemia.

“Infelizmente, não existe a menor evidência científica da eficácia do boldo no tratamento da covid-19 e nenhum outro fitoterápico”, afirma o infectologista Alexandre Barbosa, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e consultor da SBI.


Ele explica que, a única propriedade da planta é a melhora da digestão e que, diante desse sintoma, pode resultar em uma melhora do bem-estar do paciente.

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O professor da UNESP afirma que outros chás e a utilização da vitamina C ou D, também não são eficazes. “As pessoas que devem tomar essas vitaminas são as que possuem deficiência delas.”

O infectologista explica o motivo de algumas pessoas com covid-19 terem deficência de vitamina D: “os pacientes mais graves são pessoas que tem vários fatores de risco, como obesidade, hipertensão, diabetes e essas pessoas têm mais falta de vitamina D, porque normalmente se expõe menos ao sol, mas não é uma associação de causa.”


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“O isolamento social é o melhor remédio, ainda que um remédio amargo, mais que o chá de boldo”, afirma Barbosa. Além disso, ele aponta como forma de prevenção a higiene constante das mãos e a utilização de máscaras em caso de necessidade de sair.

Waib acrescenta que o tratamento de causas de imunossupressão, como câncer e AIDS, é importante diante de uma possível contaminação

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Não existe, ainda, tratamento específico contra o novo coronavírus. “O que parece mais eficaz até o momento é o Remdesivir, mas os testes ainda estão em andamento e este medicamento ainda não está disponível comercialmente no Brasil”, afirma Waib.

Segundo o professor da Unesp, o tratamento que é feito hoje é o de suporte. A primeira estratégia é oxigenação, uma vez que o coronavírus afeta principalmente o pulmão, que pode ser feita com cateter de oxigênio, máscara de oxigênio, intubação ou ventilação mecânica, dependendo da gravidade do caso.

“O vírus também afeta o rim, então vai ter pacientes que precisam de hemodiálise. Uma das complicações da pneumonia é a bactéria secundária, então depois lesão causada pelo vírus, se instala uma bactéria, utilizamos antibióticos para controlar essa infecção. Ou seja, controlar as agressões que o vírus causa nos órgãos.”

Barbosa explica que é possível melhorar a imunidade para combater uma possível infecção, ele indica atividades físicas diárias, alimentação balanceada de acordo com as necessidades nutricionais de cada um e evitar excessos de álcool e o tabagismo. “Pessoas desnutridas ou obesas tem sim maior risco de complicações da covid-19.”

*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques

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