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Com mais 777 mortes por covid-19, Nova York teme 'segunda onda'

Governador do estado norte-americano alerta que relaxamento de medidas de contenção pode levar a nova alta nos contágios de coronavírus

Saúde|Da EFE

Pessoas aguardam para entrar em mercado no Brooklyn
Pessoas aguardam para entrar em mercado no Brooklyn

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou nesta sexta-feira (10) 777 novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, aumentando para 7.844 o número de óbitos causados pela doença no estado. Ele também alertou para o risco de uma segunda onda da pandemia de coronavírus, que pode ser evitada com a realização de milhões de exames.

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"Não é fácil aceitar o que está acontecendo", disse Cuomo, ao explicar que o alto número de óbitos (após o aumento recorde de 799 anunciado no dia anterior) está associado às mortes da maioria das pessoas que foram internadas com sintomas e necessitaram de respiradores nas duas últimas semanas.

Dado positivo

Um dado positivo é que, pela primeira vez, houve uma leve diminuição de admissões em UTIs, 17 pessoas. Nas últimas 24 horas, 4.908 pessoas foram internadas em UTIs, menos que as 4.925 da véspera.


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"As pessoas que chegaram há duas semanas receberam tratamento e melhoraram ou ficaram no hospital com um respirador. E quando mais você fica com um respirador, menos chances tem de sair. São essas pessoas que estamos perdendo", analisou o governador.

Cuomo advertiu sobre os perigos de uma possível segunda onda da doença e pediu para que, diferentemente do que aconteceu nas últimas semanas nos Estados Unidos, o país aprenda com o que aconteceu em outros.


"Vai haver uma segunda onda? Vamos olhar para os países que já passaram por este processo e aprender com eles. O que fizeram, o que funciona e o que não funciona", acrescentou.

Como exemplo, Cuomo citou Hong Kong, que "parecia ter a situação sob controle, relaxou as medidas e teve uma segunda onda de contágios", e mencionou que "a Itália também viu uma subida no número de casos".


Cuidados antes da normalização

Na opinião do governador, antes de tomar uma decisão sobre a volta ao trabalho e à atividade normal no estado de Nova York, deveriam ser feitos "milhões" de exames, tanto em pessoas com sintomas de covid-19 como em pessoas que acreditam ter se recuperado para confirmar a presença de anticorpos.

"A chave para poder retomar (as atividades) serão os exames em uma escala nunca antes vista. Ainda assim, é um grão de areia no deserto", afirmou Cuomo, ao anunciar que o laboratório estatal de Nova York está realizando 300 testes não invasivos de anticorpos por dia, número que deve subir para 2 mil na semana que vem.

Cuomo, que pediu ajuda do setor privado para a realização dos milhões de exames, se mostrou "cautelosamente otimista" pelo que disse considerar uma diminuição na taxa de internações hospitalares e nas UTIs nos últimos três dias.

"Estamos com total controle sobre o nosso destino. O que fizermos significará, literalmente, a vida ou a morte para as pessoas. Temos que continuar em casa porque isso funciona. O que fizermos hoje determinará a taxa de contágios em dois ou três dias", declarou.

Sobre o material de proteção médica e respiradores nos hospitais de Nova York, Cuomo disse se sentir "confortável neste momento" e que há material suficiente "se os contágios continuarem a diminuir".

O estado de Nova York registra mais de 160 mil casos confirmados de Covid-19, mais que qualquer outro país do mundo exceto os Estados Unidos.

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