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Coronavírus está no esgoto de Florianópolis desde novembro

Descoberta de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina comprova que vírus, eliminado nas fezes, já circulava no Brasil no fim de 2019

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Amostras foram recolhidas na região central da cidade
Amostras foram recolhidas na região central da cidade

O novo coronavírus (SARS-CoV2) já circulava no Brasil em novembro de 2019, afirmam pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

A constatação foi feita após análise de amostras de esgoto colhidas periodicamente no ano passado e que são armazenadas.

"Não é novidade que se pode encontrar SARS em esgoto sanitário. No entanto, o que nós fizemos foi uma parceria [com outras áreas da UFSC] e pensamos em olhar para o esgoto retroativo, que já vinha de outros estudos aqui na universidade, com vistas a perceber desde quando o vírus estava ali presente e por meio do esgoto conseguir saber sobre essa possível disseminação", afirmou nesta quinta-feira (2) a pesquisadora Gislaine Fongaro, do Laboratório de Virologia Aplicada, do Departamento de Microbiologia da UFSC, uma das signatárias do artigo.

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Maria Elisa Magri, professora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC, explicou que "o trabalho com esgoto sanitário da cidade e com amostras de esgoto é uma rotina" e que é de praxe deixar essas porções coletadas congeladas para eventual análise posterior.

Esse material foi submetido a análise genética (RT-qPCR) em mais de um laboratório da universidade. Foram feitos ao menos oito testes para garantir que se tratava do SARS-CoV2. 


"Por meio de filogenias, de estudos genéticos, vai ser possível triar e jogar luz a essa possível rota do vírus e como ele chegou por aqui", acrescentou Gislaine.

A primeira amostra positiva foi colhida em 27 de novembro na região central de Florianópolis. Desde então, todas elas, até março, tiveram concentrações do novo coronavírus. O esgoto analisado dos meses anteriores não tinha qualquer vestígio genético do SARS-CoV2. 


O grande achado do trabalho dos pesquisadores da UFSC é a detecção do coronavírus antes mesmo do primeiro caso de infecção em humano ter sido confirmado nas Américas — em Seattle, nos EUA, em 21 de janeiro.

No entanto, há indícios de que o vírus já circulava em Wuhan (China), onde surgiu, desde meados de outubro. No Brasil, o primeiro caso confirmado de covid-19 foi no dia 25 de fevereiro, em São Paulo. 

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