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Covid-19: 'remédio de Oxford' pode agravar quadro inicial, diz médico

Fred Fernandes, doutor em ciências médicas pela USP (Universidade de São Paulo), alerta que na "fase azul" corticoide "aumenta" replicação viral

Saúde|Do R7

Corticoide em fase inicial pode agravar quadro de infectado
Corticoide em fase inicial pode agravar quadro de infectado

O pneumologista Fred Fernandes, doutor em ciências médicas pela USP (Universidade de São Paulo) e atual presidente da SPPT (Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia), publicou nesta terça-feira (16) um alerta sobre os riscos do uso de corticoide no tratamento da fase inicial da covid-19.

A orientação acontece após a divulgação de dados preliminares de um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apontar que um terço dos pacientes em fase aguda da doença apresentaram melhora significativa ao usar o medicamento dexametasona.

Segundo o médico, a infecção respiratória provocada pelo novo coronavírus é caracterizada por "fases bem distintas" e, por isso, é necessário prudência "antes de correr para a farmácia para comprar o remédio" de um estudo científico que ainda não foi publicado oficialmente. 

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"Na fase inicial (azul) o que predomina é replicação viral. Sabe o que corticoide faz com replicação viral? Aumenta. Então é possível que nessa fase dar o remédio seja jogar mais gasolina na fogueira", escreveu no Twitter. 


Fred Fernandes explica que a pesquisa com a droga apresentou resultados "satisfatórios" porque foi administrada durante a fase vermelha, quando o que predomina é a resposta inflamatória. "Isso corticoide trata bem. Reduz a inflamação. Não busque solução mágica e não se medique sem orientação. Nessa doença tudo tem que ser feito com cuidado e na hora certa".

Estudo da Universidade de Oxford

Estudo completo será publicado em breve com todos os detalhes possíveis
Estudo completo será publicado em breve com todos os detalhes possíveis

O medicamento de ação anti-inflamatória foi testado no que é considerada a maior pesquisa do mundo sobre coronavírus para encontrar um medicamento para o combate do vírus. De acordo com a universidade, o estudo completo será publicado em breve com todos os detalhes possíveis.


Durante os testes, a equipe ofereceu o medicamento a 2 mil pacientes internados e os comparou com outros 4 mil que não receberam a droga. Para pacientes em respiradores, o risco de morte caiu em 40%, já para aqueles que estavam utilizando oxigênio a taxa foi de 25% a 20%.

Os pesquisadores afirmaram que se a droga tivesse sido amplamente utilizada desde o início da pandemia no país mais de 5 mil vidas poderiam ter sido salvas.

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