Descobri que sou diabético e agora? Veja o que o serviço público oferece
Diabéticos têm direito ao fornecimento gratuito de insulinas, medicamentos e outros insumos para controle e monitoramento glicêmico
Saúde|Giovanna Borielo, do R7*

O diabetes é uma doença crônica que afeta cerca de 12,5 milhões de brasileiros, classificando o Brasil como o quarto em maior número de casos no mundo, segundo o International Diabetes Federation (IDF).
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 5% a 10% dos casos são de diabetes mellitus tipo 1, que está relacionado à genética e se manifesta entre a infância e a adolescência, e 90% é de diabetes mellitus tipo 2, ligada à idade, obesidade e estilo de vida.
Para o diagnóstico do diabetes são feitos três exames, de glicemia em jejum, hemoglobina glicada e o teste oral de tolerância à glicose, de acordo com o endocrinologista Daniel Kendler, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
Leia também: Pílula de insulina no lugar de injeção para diabéticos está em testes
O exame de glicemia em jejum é feito por meio de uma gota de sangue para medir a quantidade de glicose na corrente sanguínea depois de oito horas em jejum e, se o resultado for acima de 126 mg/dl, é considerado diabetes.
O exame de hemoglobina glicada é feito como um exame de sangue comum, avaliando a quantidade de açúcar e picos glicêmicos dos três meses anteriores ao resultado e, se o resultado for de 6,5%, determina que o paciente é diabético.
Já o exame de tolerância oral à glicose é feito a partir da ingestão de um líquido açucarado e, após duas horas, é coletada uma amostra de sangue que, se apresentar resultado a partir de 200, determina o diabetes, conforme explica Kendler.
Veja também: Falhas de medidores de glicose preocupam associações de diabéticos
Segundo Kendler, a partir da detecção, é importante diferenciar o tipo de diabetes (tipo 1 ou tipo 2) do paciente para determinar o tipo de acompanhamento e tratamento que ele necessitará. Kendler afirma que para ambos os tipos de diabetes são recomendadas dietas com acompanhamento nutricional e exercícios.
Leia também: Pães, massas e até frutas podem comprometer saúde de diabéticos
Fornecimento de insumos
Para diabéticos tipo 1, há a dependência de insulina, na qual é necessária a reposição do hormônio por meio de uma injeção. Nesse caso, é necessário o uso de uma insulina basal e uma insulina de ação rápida. As insulinas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde são a insulina de ação rápida, insulina NPH e insulina regular humana, e são distribuídas pela Rede de Atenção Básica de cada município.
Leia também
De acordo com o Ministério da Saúde, as insulinas devem ser armazenadas na geladeira, com a temperatura entre 2°C e 8°C, enquanto fechada. Após aberta, a insulina tem validade de 30 dias e pode ser deixada em temperatura ambiente menor que 30°C.
Em poucos casos, diabéticos do tipo 2 podem precisar também da reposição de insulina. A maioria dos diabéticos desse tipo pode fazer o controle da doença com remédios também disponibilizados na Rede de Atenção Básica, conforme o receituário médico. O Ministério da Saúde fornece os medicamentos Metformida, Glicazida e Glibenclamida.
Leia também: Pode faltar insulina para diabéticos do mundo inteiro?
Já a aquisição de glicosímetros para o monitoramento glicêmico diário, fitas de teste, agulhas e seringas devem ser receitados pelo médico. Segundo o Ministério da Saúde, o procedimento para a aquisição desses insumos varia em cada cidade, dando a cada município a autonomia para determinar como a distribuição será feita e quais os documentos necessários para aprovar o fornecimento destes.
"As pessoas que mais precisam do glicosímetro são aquelas que usam a insulina, de maneira a fazer o acompanhamento glicêmico para dosar a aplicação do hormônio", afirma o endocrinologista.
De acordo com Kendler, o acompanhamento médico para diabéticos do tipo 1 deve ser feito a cada três meses. Já para diabéticos tipo 2, o tempo de acompanhamento pode variar mediante aos resultados apresentados.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
Diabéticos devem evitar chinelos. Saiba outros cuidados com os pés
Os cuidados do diabetes podem interferir na saúde de outros órgãos, que precisam de atenção redobrada e exames regulares, de maneira a prevenir e tratar problemas. Para os diabéticos, os pés não são apenas membros de sustentação e, se os cuidados não e...
Os cuidados do diabetes podem interferir na saúde de outros órgãos, que precisam de atenção redobrada e exames regulares, de maneira a prevenir e tratar problemas. Para os diabéticos, os pés não são apenas membros de sustentação e, se os cuidados não estiverem em dia, a sensibilidade do membro pode ser afetada, ou até mesmo acarretar em uma amputação. Isso acontece, pois os pés estão em uma região periférica, que por si só, já tem circulação mais difícil e, com níveis de açúcar descontrolado, ocorre o estreitamento e endurecimento das artérias, fazendo com que o sangue não chegue aos pés *Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Gianinni












