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Diretor da OMS: 'Não é momento de dizer que é um vírus bem-vindo'

Mike Ryan foi indagado sobre fala do presidente Bolsonaro, que minimizou efeito da Ômicron, nova variante do coronavírus

Saúde|Do R7

OMS diz que hospitais continuam recebendo casos graves de Covid
OMS diz que hospitais continuam recebendo casos graves de Covid

Questionado nesta quarta-feira (12) sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro de que a Ômicron é uma variante do coronavírus "bem-vinda", o diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde), Mike Ryan, rechaçou a declaração.

Segundo o médico, apesar de, aparentemente, não provocar casos tão severos de Covid-19, a Ômicron tem levado muitas pessoas, principalmente não vacinados, a leitos de terapia intensiva ao redor do mundo.

"Esta não é uma doença leve. [...] Eu acredito que é muito importante que nós lembremos que ainda depende de nós – o diretor-geral [da OMS] diz muito isso. Não é o momento de desistir, de capitular, de dizer que esse é um vírus bem-vindo, especialmente quando a mortalidade pode ser prevenida pela vacinação."

O mundo tem vivido recordes diários de novos casos de Covid-19, com a Ômicron já detectada em cerca de 150 países. A preocupação da OMS é maior em regiões com baixa cobertura vacinal.


"A Ômicron não tem matado ninguém. Ela tem capacidade de se difundir muito grande, mas a letalidade é muito pequena. Dizem até que seria um vírus vacinal. Alguns estudiosos sérios e não vinculados a farmacêuticas dizem que a Ômicron é bem-vinda e pode sinalizar o fim da pandemia", afirmou o presidente mais cedo.

Também não procede a informação de que a Ômicron não provoca mortes. 


A líder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria van Kerkhove, ressaltou que "a Ômicron se transmite muito rapidamente e de forma muito eficaz entre as pessoas".

"Não é possível evitar que ele [coronavírus] circule, mas podemos controlar a sua disseminação com as ferramentas: máscara, distanciamento, evitar aglomerações..."


Segundo a especialista, "neste momento, não podemos prevenir todas as infecções, mas podemos reduzir o número de casos".

A vacinação, ela complementou, é a forma mais eficaz de redução da gravidade dos casos de Covid-19.

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