Doença do sono, transmitida pela mosca tsé-tsé, terá cura rápida
Tratamento exigia hospitalização e drogas severas via intravenosa; parasita transmitido pela mosca penetra o cérebro, causando paranoia, fúria e morte
Saúde|Giovanna Borielo, do R7*
A Agência Europeia de Medicamentos (AEM) aprovou nesta sexta-feira (16), o primeiro tratamento oral para a Tripanossomíase humana africana, conhecida como a doença do sono, transmitida, principalmente, pela mosca tsé-tsé.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença do sono, causada por protozoários do gênero Trypanosoma, circula em 36 países da África Subsaariana, registrando cerca de 2 mil casos por ano, de acordo com o jornal norte-americano "The New York Times".
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O novo medicamento, fexinidazol, poderá ser tomado em casa e será capaz de curar todos os estágios da doença em 10 dias, sendo menos invasivo que os tratamentos anteriores.
O fexinidazol foi criado por um farmacêutica alemã, na década de 1980, e depois abandonado. Outra grande farmacêutica, francesa, detinha a patente e, em 2009, a Iniciativa Drogas para Doenças Negligenciadas, da organização humanitária Médicos sem Fronteiras, solicitou a reformulação da droga para atender aos pacientes com a doença do sono.
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O tratamento atual é feito com a droga eflornitina, via intravenosa, durante vários dias devido aos fluídos, adminstrados conjuntamente, que pesam cerca de 75 kg. Anteriormente, o tratamento era feito com melarsoprol, um derivado do arsênico, também por via intravenosa. Esse tratamento corroeu as veias, provocou convulsões e matou 5% dos pacientes que o receberam.
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A tripanossomíase humana africana é transmitida pela mosca tsé-tsé que, ao sugar o sangue humano, deposita o parasita protozoário na corrente sanguínea, que penetra no cérebro. A doença causa distúrbios no ciclo do sono, fazendo com que o infectado não consiga dormir durante a noite, mas seja vencido pelo sono durante o dia. Os sintomas ainda abrangem mudança de personalidade, enlouquecendo a pessoa de maneira parecida aos últimos estágios da raiva, provoca alucinações e dor extrema quando a água toca a pele. Ao final, o paciente entra em coma e morre.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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