Entenda a diferença entre crise de ansiedade e problemas cardíacos
Sintomas similares, como falta de ar e taquicardia, levam muitas pessoas ao pronto-socorro sem motivo; ansiedade aumenta risco de hipertensão
Saúde|Giovanna Borielo, do R7*
Suor, falta de ar, náuseas e taquicardia. Os sintomas são comuns tanto em crises de ansiedade quanto em doenças cardíacas e levam muitas pessoas ao pronto-socorro. De acordo com o cardiologista Abrão Cury, do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, sintomas que parecem de um infarto podem ocorrem em uma crise de ansiedade pontual e em casos de ansiedade patológica.
Segundo Cury, isso acontece porque as crises ansiosas atingem a produção hormonal, fazendo com que o corpo libere mais adrenalina e noradrenalina. Consequentemente, esses hormônios aumentam a frequência cardíaca, geram taquicardia, modificam a pressão arterial, dificultam a respiração, aumentam o suor, tremores e podem causar até vômitos. Preocupado com os sintomas, as manifestações podem piorar.
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"Quando esse paciente chega para o atendimento e realiza os exames de eletrocardiograma, teste ergométrico e holter não é possível detectar nada. Ao saber do histórico clínico do paciente e de descartar os problemas cardíacos é possível entender que se trata de uma crise ansiosa", alega Cury.
O cardiologista explica que os principais problemas cardíacos que podem ser confundidos com uma crise de ansiedade são as palpitações, anginas (dor no peito), infartos e AVC.
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"No caso dos pacientes que já têm ansiedade patológica, de 10 vezes que ele vai ao pronto-socorro, 9,5 são por crises ansiosas e, algumas vezes, ele até já sabe quando está em uma crise. Agora, aqueles que não têm ansiedade e começam a apresentar esses sinais, o recomendado é procurar um médico para avaliação", afirma Cury.
Entretanto, mesmo que as crises de ansiedade não representem, necessariamente, um evento cardíaco, o problema triplica as chances de o paciente desenvolver hipertensão e sofra da síndrome do coração partido, problema ocasionado pelo estresse excessivo.
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"Assim como o paciente pode confundir a ansiedade com um problema cardíaco, o contrário também pode ocorrer. Essa pessoa pode achar que está no meio de uma crise e minimizar os sintomas, quando na verdade está com um problema. Para saber o que está ocorrendo, porém, o paciente deverá recorrer a um médico", argumenta.
Cury afirma que a ocorrência dos sintomas ansiosos pode ser diminuída em 99% por meio da psicoterapia e uso de remédios conforme receitados por psiquiatra. Desta maneira, com a redução da ansiedade, os pacientes correm também menos risco de desenvolver problemas cardíacos.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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